A musculação se mostrou uma grande aliada a saúde física e do cérebro de idosos com Comprometimento Cognitivo Leve, uma condição que aumenta o risco de desenvolver demência. Um estudo recente de pesquisadores da Unicamp investigou os efeitos do treinamento resistido na cognição, funcionalidade e estrutura cerebral dessa população e apontou resultados promissores. Após 24 semanas de musculação supervisionada, idosos que participaram do treinamento apresentaram melhor desempenho em testes de memória, aumento de força muscular e maior autonomia em atividades do dia a dia.
Os resultados também indicaram que a musculação mostrou ter um papel protetor na estrutura cerebral. No grupo que não realizou os exercícios, observou-se uma redução significativa do volume de algumas regiões cerebrais relacionadas a doença de Alzheimer, como o hipocampo, por exemplo. Em contrapartida, o grupo que treinou, não apresentou essa atrofia para algumas dessas regiões, sugerindo a prática como um fator neuroprotetor. Além disso, parâmetros relacionados à saúde dos neurônios também apresentaram melhora.
Esses achados reforçam a importância da inclusão da musculação na rotina. É fundamental que essa prática seja acompanhada por um profissional de Educação Física, que possa personalizar os exercícios de acordo com a condição de saúde de cada indivíduo, garantindo segurança e eficácia na intervenção.
Diante desses benefícios, é imprescindível que profissionais de Educação Física sejam cada vez mais inseridos no sistema de saúde, atuando em equipes interdisciplinares para a prevenção e o tratamento de condições associadas ao envelhecimento. O investimento em programas de exercício para idosos pode ser uma estratégia eficaz para melhorar a qualidade de vida e reduzir os impactos da demência na população.
O artigo do estudo pode ser acessado em:
https://link.springer.com/article/10.1007/s11357-024-01483-8
Educadora Física
Mestre em Gerontologia
Doutora em Ciências
Imagem: Divulgação – Inteligência Artificial, via ChatGPT, por Renato Leodário
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