Diante de um cenário complexo enfrentado pelo setor cultural, um dos mais afetados pela crise da COVID-19, a Fundação das Artes encontrou formas de dar continuidade às suas atividades, bateu recorde de inscrições e prevê um segundo semestre promissor.
Fundação das Artes investe em programas artístico-pedagógicos e supera dificuldades causadas pela crise da COVID-19.
Em meio a um cenário de cancelamentos de eventos, demissões de profissionais e encerramento de projetos culturais, a Fundação das Artes de São Caetano do Sul vem se tornando um oásis do setor cultural, investindo fortemente em infraestrutura, neste campo de atuação, ampliando atividades, aumentando números de alunos e registrando um crescimento acelerado.
Uma das mais tradicionais instituições de artes do país, com 52 (cinquenta e dois) anos de atuação, a Fundação das Artes vem sendo impulsionada para outro patamar neste período de pandemia, demonstrando a disposição em agregar tecnologia aos seus processos e superar as dificuldades causadas pela crise da pandemia da Covid-19.
Aproveitando o momento de distanciamento social, a Instituição reorganizou a casa e investiu em uma grande reestruturação física dos espaços dedicados ao ensino das artes, que, juntamente com as aulas remotas e programação virtual, acabou atraindo milhares de pessoas procurando novas formas de atuar na área neste momento.
Na contramão de grande parte do setor, a famosa Escola de Artes registrou um número recorde de inscritos em seu último processo seletivo. Em 2018, a instituição que apontava 1691 inscritos, hoje comemora um número de 3060 pessoas interessadas em ingressar nas aulas de artes, só segundo semestre de 2020.
Demonstrando ser uma potência do setor cultural a Fundação das Artes também abriu processo seletivo e realizará cerca de 40 contratações até o fim de 2020, envolvendo professores, apoio pedagógico e funcionários administrativos, como forma de se preparar para a inauguração de sua segunda unidade, prevista para acontecer até o final do ano.
Localizado no bairro Santa Paula, o novo prédio possui 4 (quatro) andares, 24 (vinte e quatro) salas amplas, laboratório cênico e área expositiva. Lá serão oferecidas 1000 (mil) vagas em cursos gratuitos de Teatro, Canto, Cenografia entre outros do eixo Produção Cultural e Design. O espaço representa o esforço contínuo da instituição em expandir os projetos de formação artística e desenvolvimento cultural da região.
Entendendo a necessidade do distanciamento social, mas também encarando a transformação digital como algo vantajoso para o ensino das artes, a Instituição criou novos meios para fortalecer laços e ampliar as possibilidades de criação durante este período.
Transformou espaços de aula em estúdios de transmissão ao vivo e gravação, com isolamento acústico, novos equipamentos de som e acesso à internet. O Teatro Timochenco Wehbi e o Laboratório Cênico Lídia Zózima, contam ainda com iluminação e equipamentos dede audiovisual.
A equipe pedagógica tem agora a sua disposição espaços que podem operar como micro-estúdios, com recursos que permitem experiências de criação e difusão artística voltadas para a prática coletiva, de forma segura, mantendo a excelência no ensino.
A Instituição também ouviu alunos para vislumbrar as reais necessidades da comunidade escolar. Milton Lázaro Filho, que foi aluno da instituição em 1978, retornou em 2018 e hoje estuda Contrabaixo Acústico, comenta suas impressões: “Eu me surpreendi e acho que o maior ganho com as aulas virtuais é poder rever exercícios e temas específicos posteriormente. Esses registros são muito úteis para quem quer retomar algo mais relevante que acabou passando despercebido durante a aula. Acho que isso poderá se tornar até uma extensão do ensino presencial posteriormente, pois é algo que deu muito certo”, ele comenta.
Mesmo diante de um momento desafiador para o setor cultural, a Fundação das Artes experimenta o crescimento de suas estruturas físicas, de seu corpo docente, da comunidade de alunos e prevê um segundo semestre intenso, com processos criativos a todo vapor.
“Estamos lidando com uma questão global que tem impacto nas pessoas e instituições, por isso entendemos que os modelos de gestão serão renovados a partir de agora. Apesar de ser uma Instituição tradicional, a Fundação das Artes entendeu a necessidade de se reinventar diante deste cenário. Ampliamos os nossos canais de comunicação para compreender as reais necessidades dos artistas em formação neste momento, apostamos na pesquisa e nas experimentações, para então avançar em novas possibilidades de criação e interação. Fortalecer uma instituição cultural neste momento é também fortalecer e inspirar o setor como um todo” – Afirma a Diretora Geral da Fundação das Artes, Ana Paula Demambro.
Imagens: Divulgação
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