Cultura

“Porta, Porteira e Portão – Modos de ‘Falarrr’ e Costumes do ‘Interiorrr’”

O Centro de Convenções Victor Brecheret de Atibaia recebe a exposição itinerante “Porta, Porteira e Portão – Modos de ‘Falarrr’ e Costumes do ‘Interiorrr’”, realizada pelo Programa de Ação Cultural (ProAC), do Governo do Estado de São Paulo, via Edital de Difusão de Acervos Museológicos. A abertura da mostra aconteceu às 18h30 de domingo, 30 de julho, e tem visitas até 1º de setembro, com o apoio cultural do Sistema Estadual de Museus (SISEM-SP) e da Prefeitura de Atibaia. A entrada é GRATUITA.

“Porta, Porteira e Portão” reúne painéis, placas interativas e objetos que abordam temas da cultura caipira, como música, literatura, religião, festas, culinária e folclore, com o objetivo de resgatar o estilo de vida no interior e como forma de quebrar o estigma de que a cultura interiorana do país é atrasada. A curadoria é do museólogo Rodrigo Santos e da historiadora Renata Gava, da Engenho Cultural Assessoria e Consultoria.

Uma instalação interativa traz os antigos monóculos fotográficos pendurados em fitas coloridas, que possibilitam aos visitantes relembrar a relação com o registro fotográfico do passado. Iguarias da culinária caipira como pé de moleque, paçoca, pipoca doce e bala Chita foram acondicionados em potes de vidro para evocar sentimentos como o afeto, a saudade, a infância e as receitas caseiras. Há, ainda, uma coleção de versos musicais, simpatias, superstições, contos e causos, além de curiosidades sobre remédios e benzedeiras.

Segundo Renata Gava, trata-se de uma leitura contemporânea sobre os elementos do passado, com a clara intenção de demonstrar como o caipira se reinventou com o passar dos anos. “Criamos a mostra para disseminar o conhecimento sobre a identidade e o repertório caipira, valorizando a tradição local e preservando a memória cultural. É também uma forma de lembrar que tais elementos ainda estão muito fortes no interior”, explica a historiadora.

O museólogo Rodrigo Santos lembra que a exposição tem entre os seus intuitos o de devolver ao público o sentimento de proximidade com a cultura caipira. “São símbolos que fizeram parte das rotinas de nossos pais e avós, ou até mesmo de nossas infâncias e, que, por isso, despertam a memória afetiva dos visitantes. É como se cada um pudesse reencontrar o caipira dentro de si.”

ELEMENTOS – Antes de Atibaia, a exposição percorreu as cidades de Santa Bárbara d’Oeste, Campinas, Cordeirópolis e Holambra, todas integrantes da Região Administrativa de Campinas do SISEM-SP. Em cada município, são incorporados novos elementos, como fotografias e objetos, como forma de permitir que a identidade caipira local também esteja mais próxima do público.

Em cada uma das cidades, os curadores promovem um trabalho de qualificação e capacitação dos agentes locais para o acolhimento das visitas monitoradas ou em grupo. As crianças que fizerem visitas agendadas por suas escolas recebem uma cartilha com desenhos para colorir, caça-palavras, jogo dos sete erros e código secreto. Em Atibaia, até o momento, os responsáveis pelo Centro de Convenções já asseguraram a presença de 1.800 crianças das escolas da cidade nas primeiras semanas de visitação da mostra.

De acordo com a Secretaria de Cultura e Eventos da Prefeitura da Estância de Atibaia, a cidade foi fundada no ano de 1665 e serviu de passagem para os bandeirantes que desbravaram o interior paulista e fundaram estados como Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás. “Nossas raízes caipiras são intensas até hoje e nos orgulhamos disto. Embora tenhamos uma população muito grande, nossa Zona Rural é extensa e a economia ainda gira em torno da agricultura”, destaca a secretária, ao citar a produção de flores, frutas de caroço (pêssegos e ameixas) e o morango.

Entre os elementos caipiras que se mantiveram com o passar dos anos em Atibaia estão a Malhação do Judas, realizada no Sábado de Aleluia, e a difusão da música raiz por grupos e duplas locais. Atibaia ainda preserva as rezas nas capelas, as Rezas para São Gonçalo, ladainhas em latim, as quermesses, os leilões de gado e a gastronomia da roça. O sotaque caipira, neste misto de tradições portuguesas e indígenas ainda é falado.

Para a abertura da mostra, o Centro de Convenções contará com a apresentação musical do Grupo Raízes de Atibaia, com cateretês, toadas, guarânias, cururus e outros ritmos caipiras. A apresentação acontece das 19h30 às 20h30, sob o comando do maestro Rafael Cardoso. Sob coordenação da violeira Ruth Rubbo, o conjunto é mantido pela Secretaria de Cultura e Eventos com o intuito de promover o resgate e valorização da cultura caipira, por meio do projeto Educando com Música e Cidadania. Entre as conquistas desde a sua criação, em 2011, está a gravação do CD Raízes de Atibaia, ocorrida este ano.

SERVIÇO – “Porta, Porteira e Portão: Modos de ‘Falarrr’ e Costumes do ‘Interiorrr’”.
Abertura: 30 de julho, às 18h30
Visitas: Até 1º de setembro, de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h
Local: Centro de Convenções Victor Brecheret
Endereço: Avenida Lucas Nogueira Garcez, 511, Vila Thais, Atibaia
Entrada GRATUITA
Informações sobre visitas em grupo ou agendadas: (11) 4412-7153, 4412-7776 e museu@atibaia.sp.gov.br

Mais informações: CulturaSP

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