Alunos, famílias e professores de uma das mais importantes escolas de formação artística do Brasil têm dado um show de criatividade ao se reinventar, demonstrando que a arte pode ser um respiro para este momento de tanta privação.
Estudantes transformam suas casas e objetos para ampliar possibilidades de criação durante a pandemia.
Aulas virtuais e outras ações especiais da Fundação das Artes de São Caetano do Sul tem servido de estímulo para que alunos e famílias atuem em conjunto, driblando desafios e fazendo uso da arte para atravessar este momento de forma reflexiva, questionadora, não deixando a criatividade de lado.
Adaptando seus espaços particulares, ressignificando utensílios domésticos, se aventurando em novas plataformas digitais, os estudantes têm ampliado suas possibilidades de criação neste momento para realizar as atividades artístico-pedagógicas das aulas de Dança, Música, Teatro e Artes Visuais.
Um conjunto de baldes que se transforma em instrumentos musicais para uma aula de rítmica e percepção. Um espaço do quintal reservado para os treinos de uma bailarina. Um quartinho dos fundos onde o baterista faz seus ensaios. Objetos da casa que são usados para compor desenhos de observação ou pinturas. Roupas de outras pessoas da família para compor uma cena teatral.
Com criatividade os estudantes estão dando novos significados para o ambiente em que vivem e até envolvendo o restante da família em suas práticas artístico-pedagógicas.
“Eu não entendia absolutamente nada de música. Agora estou aprendendo enquanto acompanho meu filho nas aulas. Peço sempre ajuda para as professoras para compreender do que se trata aquele determinado conceito ou exercício” – comenta a mãe de um dos alunos do PAPI – Programa de Apoio Pedagógico à Inclusão da Fundação das Artes.
O PAPI, que é desenvolvido desde 2007, é um programa formado por adultos e crianças com diagnóstico de Autismo, Dislexia, Síndrome de Down, Deficiência Intelectual, Distúrbio de Aprendizagem, questões emocionais, alterações no processamento auditivo, entre outros.
Neste momento de distanciamento, levando em consideração a autonomia e as características específicas de cada aluno, a equipe do PAPI passou a fazer uso de plataformas como Google for Education, formou grupos de acompanhamento via whatsapp e vem experimentando outras plataformas como o Messenger, Facebook e Skype.
Para os alunos que não possuem estrutura para acompanhar as aulas em ambiente virtual, foi produzido um material pedagógico detalhado (impresso ou áudio), além de um plantão de dúvidas com acesso rápido e fácil a professores e coordenação via telefone ou e-mail.
“A minha filha faz aula de música na Fundação das Artes e é aluna do PAPI. Ela tem dificuldade na concentração, então durante este período da pandemia eu acabo usando o conteúdo que a escola disponibiliza para ocupá-la também em outros horários. Quando estudamos música nos fins de semana, ela se diverte e isso me ajuda bastante também!” – comenta a mãe de outra aluna.
Atenta para os cuidados e a empatia que o momento atual requer, a Fundação das Artes, vem propondo novas formatos para o ensino das artes e para a formação cultural.
Frutos deste trabalho são projetos como o Festival Cenas para um Futuro Próximo (Teatro), projeto Colcha de Retalhos (Dança), exposição virtual de Artes Visuais, além de apresentações dos organismos de música da Instituição como Big Band Salada Mista, Som na Calçada, e lives pedagógicas com profissionais da cultura contando como estão se reinventando neste período.
O incentivo a estas ações compõe o calendário de celebração dos 52 anos da Fundação das Artes: “Desde o início da pandemia a Fundação escolheu um caminho único. Neste momento instável, trabalhamos com nossas certezas. Certeza de que a Arte agrega pessoas e conhecimentos. Certeza de que os processos artísticos podem ser realizados em qualquer meio. Certeza de que a Arte representa um respiro em tempos de desafio”. Afirma a Diretora Geral da Fundação das Artes, Ana Paula Demambro.
A Fundação das Artes atua dentro dos parâmetros estipulados pela Lei Brasileira de Inclusão (LBI) 13.146/2015, procurando além de atender aos direitos cidadãos, ter também um olhar cuidadoso para atender cada pessoa com suas peculiaridades.
Para acompanhar a campanha 52 dias de celebração da Fundação das Artes, acesse o site e as mídias sociais.
Imagens: Divulgação
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