Saúde

Por que a saúde emocional no trabalho importa?

*Por Lilian Carmo, diretora executiva da Febracis Campinas

Nos últimos anos, o Brasil adoeceu a um nível que pouco compreendemos: o emocional. É notório que temos uma rotina estressante: transporte público precário, empregos estafantes, poder de compra em queda, dupla jornada de trabalho, sono ruim, falta de tempo para atividades físicas e de lazer, enfim, uma qualidade de vida inferior. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a “saúde” consiste em saúde mental, física e social e essa tríade precisa estar em equilíbrio para que alguém seja considerado saudável.

Nada disso é novidade, porém, quando associamos estes fatores ao trabalho, área que ocupa a maior parte do nosso tempo, concluímos que a força de trabalho brasileira está debilitada. No ranking de países mais estressados, apurado pela International Stress Management Association (ISMA), o Brasil figura na segunda posição e só perde para o Japão. Segundo o estudo, realizado em 2017, o fator que mais causa estresse no brasileiro é o trabalho – cerca de 70% apontaram sofrer com a causa. Além disso, lidamos com a depressão – somos o 5º país no ranking dos mais deprimidos do mundo – e com a ansiedade, figurando em primeiro lugar no globo, com mais de 18 milhões de brasileiros convivendo com o problema. Os dados são da OMS e já demonstram que a ansiedade atinge um nível epidêmico.

Deixar as emoções e sentimentos internos de lado é um mau negócio para qualquer trabalhador ou empregador. Um profissional com saúde emocional comprometida não consegue desempenhar tarefas que exijam dele as habilidades não cognitivas necessárias para resolução de conflitos, como o trabalho em grupo, foco e automotivação. Em uma escalada contra problemas emocionais, reconhecer essa condição é o primeiro passo, enquanto negligenciar este cenário pode causar evolução para problemas como a síndrome de Burnout, que é derivada de estresse crônico.

Muitas companhias já têm implementado programas internos de apoio à saúde mental, entretanto, segundo levantamento da Mercer Marsh Benefícios, em 2017 apenas 41% das empresas mantinham investimentos em saúde mental e 9% pretendiam implementar algo. Já é um avanço na discussão sobre o tema, todavia, caminhamos a passos lentos já que os problemas emocionais correspondem a 3ª maior causa de absenteísmo, segundo Boletim sobre Benefícios por Incapacidade de 2017, divulgado pelo governo federal.

O assunto já tem pautado as contratações no Brasil. Oferecer ambientes descontraídos, flexibilização de horário e ausência de dress code são medidas que vão além do modismo e buscam, sobretudo, atrais pessoas que consigam se adaptar a estes “novos ambientes corporativos”. É uma demanda por profissionais dotados de autoconhecimento sobre suas capacidades e limitações, com autocontrole para tomada de decisões estratégicas e resiliência para novos aprendizados. Neste sentido, os recrutadores se voltam para perfis com habilidades comportamentais em mesmo peso e importância que as habilidades técnicas. Não é à toa que o termo “inteligência emocional” tem sido um dos assuntos mais pesquisados na web pelos brasileiros, com crescimento de 340% nos últimos 5 anos, segundo Google Trends.

E o seu estresse, como anda? Abaixo, compartilho link para um autoteste da ISMA Brasil que permite avaliar o nível de estresse com relação as mudanças que ocorrem durante a vida.

Teste: www.ismabrasil.com.br/testes/teste-seu-nivel-de-stress

*Lilian Carmo é coach, palestrante nas áreas de liderança, gestão e desenvolvimento pessoal e profissional. É certificada como Master Trainer pela Florida Christian University (FCU), pós-graduada em Gestão de Pessoas, com extensão em Finanças pela FGV, cursa Mestrado em Neurociência pela FCU. Com mais de 18 anos de experiência, atuou como executiva e em empresas como Johnson & Johnson, Astrazeneca, Sanofi Aventis, Banco Itaú e Banco do Brasil. Atualmente é sócia da Optimize Consulting e diretora executiva da Febracis Campinas.

Sobre a Febracis

Maior instituição de coaching das Américas, a Febracis já impactou mais de 20 milhões de pessoas direta e indiretamente em três continentes. A empresa é destaque no mercado pela adoção do método CIS – Coaching Integral Sistêmico. Atualmente, a matriz se localiza em Fortaleza, e as demais franquias em São Paulo, Campinas, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, São Luís, Teresina, Curitiba, Porto Alegre, Manaus e Porto Velho, além de outras em implantação em Recife, Florianópolis, Salvador, João Pessoa, Vitória, Ribeirão Preto e Natal. A empresa conta ainda com unidades e parceiros nos Estados Unidos, em Orlando e Boston. No Youtube, a Febracis possui o maior canal de coaching do Brasil, com cerca de 300 mil inscritos e mais de 23 milhões de visualizações. Saiba mais em www.febracis.com.br.

Imagem: Divulgação – FreePik

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Imagem: Divulgação – *Lilan Carmo.

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