*Por Rodrigo Schaurich
A impossibilidade de viajar e as medidas de isolamento social impostas pela Covid-19 fizeram com que o cenário de movimentação por aeroportos e hotéis, nacionais ou internacionais, ficasse devastado. Foram meses de incertezas e isso afetou a forma de consumo, de trabalhar, o dia-a-dia e, principalmente, viagens – seja por lazer ou trabalho – e empresas dos setores turísticos e hoteleiros. De acordo com a revista publicada pelo Ministério do Turismo, esse setor foi o um dos mais afetados pela Covid-19, com redução de 59% no faturamento do turismo brasileiro.
A retomada tímida do turismo deu os primeiros passos ainda no final do ano passado e, todas as experiências observadas pelo setor demonstram que a pandemia trouxe momentos de reflexão tanto para as redes hoteleiras quanto para os hóspedes. Segundo um levantamento realizado pelo Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil – FOHB, investidores seguiram confiando no potencial do turismo nacional e na sua recuperação, prova disso é que até julho deste ano o país registrava 147 novos projetos de desenvolvimento de redes hoteleiras, chegando ao montante de R$6 bilhões a serem investido até 2025. Esse cenário evolui à medida que os hotéis buscam investimentos tecnológicos para aproximar os clientes de suas ofertas.
Aqueles que sobreviveram, souberam – ainda durante a quarentena – planejar diferentes ações estratégicas para construção da marca e da experiência enriquecedora para o consumidor. A diminuição no fluxo das hospedagem fez com que fossem adotadas medidas a curto prazo para trazer de volta a confiança dos clientes. E como alternativa para tentar reverter esse quadro, muitos hotéis, pousadas e grandes redes hoteleiras estão de olho na Black Friday, uma das datas de vendas mais famosas do mundo, que neste ano acontecerá como virada de chave e fator determinante para a retomada do setor.
Com a segunda onda da COVID-19, ficou evidente que os destinos de escapadas, com fácil acesso por automóvel ou ônibus tiveram maior procura. E a busca pelos locais mais próximos, seja ele o interior ou o litoral, faz com que os turistas encontrem opções para desestressar e relaxar. Agora, a preferência dos brasileiros está muito mais atrelada à experiência que aquele destino pode transmitir. Mais do que para onde ir, é sobre o que encontrar e como usufruir.
E com a chegada do segundo semestre de 2021 e o avanço das vacinas, tudo fica mais propício para que o setor usufrua de uma data sazonal como a Black Friday. Mas mais do que o dia 26 de novembro, que é o grande ápice da história, é fundamental investir em campanhas completas previamente planejadas para que essa data tenha, para a hotelaria e para o turismo, a mesma importância do calendário de negócios do varejo, por exemplo. Se serve de alento, já no ano passado, foi possível identificar um avanço em relação ao aumento da conversão lucrativa das redes hoteleiras nessa ocasião.
Esse é o momento para o mercado olhar com mais carinho para o marketing digital, uma vez que há a necessidade de se relacionar e comunicar com o hóspede, fidelizar e continuar a relação com eles de forma virtual. Estar bem posicionado no ambiente digital é visto como reflexo do posicionamento da rede no cotidiano. Ser ativo nas redes sociais, adotar campanhas de marketing e garantir uma linearidade para que o cliente tenha uma experiência única serão alguns dos pontos primordiais para retomar as conversões e para gerar a primeira boa impressão. Afinal, precisamos recomeçar e nos reconectar.
Outro destaque que merece atenção neste setor é o pensamento futuro e as vendas a longo prazo. Pensar apenas em feriados ou datas sazonais não trará para perto seus hóspedes e nem proporcionará um relacionamento com ele. Buscar estratégias e alternativas na tecnologia para fidelizar o cliente na Black Friday, pode ser uma boa escolha. Neste caso, o CRM, que é a gestão de relacionamento com o cliente, explora toda a base de contatos dentro daquela rede hoteleira e mostra com detalhes qual é o perfil desses clientes e a melhor forma de como se comunicar com eles, oferecendo lazer e momentos únicos. A partir do momento que existe uma estratégia sólida e uma boa plataforma é possível fidelizar aquele hóspede, se relacionar com ele e se comunicar de forma mais assertiva, fazendo com que retorne ou volte a comprar, que se hospede novamente etc.
As pessoas estão mais dispostas a viajar e a investir em melhores experiências. Com isso, espera-se que a Black Friday traga ao turismo uma renda 5x maior em relação ao ano passado. Dessa forma, é preciso pensar – e repensar – com muito carinho em uma data que tem de tudo para ser colorida e para ser a alavanca que o negócio precisa para sua retomada econômica, olhando para o futuro do empreendimento e traçando estratégias cada vez mais desafiadoras para aproximar os hóspedes.
O setor que encontrou e está em busca de caminhos para se reposicionar, não pode ficar de braços cruzados. Lançar novos produtos, encontrar as melhores tecnologias, adaptar-se ao no mundo, buscar novos hóspedes e reaproximar os antigos e oferecer experiência sem contato humano para segurança dos consumidores são algumas das alternativas que podem e devem ser adotadas pelas redes hoteleiras.
A hotelaria tem aí a oportunidade para se reerguer, vender muito e aumentar sua base de clientes. E quem pensa que a Black Friday está longe, está enganado. Em um piscar de olhos, a data está batendo na sua porta. E se ficar esperando, será tarde demais.
*Por Rodrigo Schaurich, COO da Pmweb Hotel Cloud
Imagens: Divulgação – Foto abertura CardMapr no Unsplash
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