Estudo recente divulgado pela consultoria britânica ‘Research and Markets’ calcula um faturamento global 40% maior até 2024, em comparação ao total movimentado hoje.
O mercado de produtos substitutos ou alternativos às proteínas de origem animal, ou carnes vegetais, deverá manter um ritmo de crescimento de 5% nos próximos anos, atingindo a cifra de US$ 6,6 bilhões em 2024. O número é cerca de 40% maior ao montante registrado em 2018, quando todo o setor acumulou US$ 4,8 bilhões em vendas. A projeção revelada no último mês reforça ainda mais a teoria de mudança no modelo de alimentação da população, em todo o mundo. Os produtos alternativos à carne animal ganharam ainda mais força nos últimos dois anos após a chegada do ‘Impossible Burger’, lançado pela ‘Beyond Meat’ e ainda sem previsão para desembarcar oficialmente no Brasil.
Novo perfil de consumo
Segundo a análise da consultoria britânica, a busca por um estilo de vida mais saudável é um dos maiores motores para o mercado de proteínas, leites e snacks alternativos. Os produtos a base de vegetais ainda contribuem com a redução nos níveis de açúcar e gordura no sangue, além de reduzir o impacto ambiental e o sofrimento animal. Prova disso são os casos de empresas como a Vida Veg e a VioLife, cujos investimentos em produtos a base de leites vegetais buscam oferecer sabor e qualidade com um preço acessível. Tudo isso sem deixar de lado a saúde e o bem-estar.
O setor brasileiro de ‘carnes alternativas’, por sua vez, teve como destaque os hambúrgueres que imitam cheiro, textura e sabor da carne bovina. A Superbom, por exemplo, especializada na produção de alimentos para o público vegetariano e vegano, apresentou o seu novo hambúrguer 100% vegetal a base de ervilhas. A Seara, cujo controlador é o Grupo JBS – maior processador do mundo de proteína animal – mostrou ao público um hambúrguer produzido a base de plantas. Há ainda a Fazenda do Futuro, que lançou o Hambúrguer do Futuro.
Mercado de leites e derivados vegetais
A consolidação do mercado brasileiro de leites vegetais também acompanha o fenômeno observado entre as proteínas vegetais que imitam a animal. A Consultoria Mordor Intelligence calcula que o mercado brasileiro deverá movimentar mais de US$ 600 milhões em 2020.
Empresas como a brasileira Vida Veg já trabalham para atender essa nova demanda. A nova fábrica acaba de ser inaugurada e oferece a maior e mais moderna estrutura no segmento de substitutos lácteos do País. Atualmente, o portfólio de produtos 100% vegetais oferece aos consumidores iogurtes, shakes, queijos e a nova linha de leites vegetais frescos nos sabores de coco, amêndoas e castanha de caju. Mas novos produtos ainda podem ser incorporados á linha de produção.
Por outro lado, a Violife chegou recentemente ao Brasil com uma linha completa de queijos do tipo mozzarela, prato, provolone, parmesão, entre outros. Para termos uma ideia da tecnologia aplicada na produção, os queijos veganos da Violife estão entre os mais consumidos nos Estados Unidos e no ranking das 20 marcas de queijo mais vendidas no Reino Unido, em 2018.
Transformação mundial
Mundialmente, cerca de 70% dos consumidores estão mudando de dieta para prevenir obesidade, diabetes e colesterol, segundo a rede de supermercados britânica Sainsburys. A transformação é impulsionada pela mudança sem precedentes da população, cada vez mais consciente em relação às causas ambientais e ao cuidado com os animais. De acordo com projeções de um estudo realizado pela Sainsburys, tradicional rede de supermercados britânica com mais de 150 anos de existência, um quarto da população britânica será vegetariana e metade ‘flexitariana’, em 2025.
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