Há bastante tempo a técnica deixou de ter um papel apenas diagnóstico no combate ao excesso de peso.
A cirurgia bariátrica tem sido encarada como uma boa opção para tratar pessoas que sofrem com obesidade e não conseguiram reverter o quadro com mudanças de hábitos que envolvem dieta e prática de atividades físicas. Mas, existem casos em que a pessoa não se encaixa nos requisitos necessários para a operação ou não quer encarar algo tão radical como a intervenção cirúrgica porque acredita que se trata de algo muito agressivo ou tem medo das suas possíveis complicações. Nesses casos, o uso da terapia endoscopia, também conhecida como endoscopia bariátrica, é uma ótima alternativa.
Uma das técnicas que podem ser realizadas através da endoscopia, método no qual o médico utiliza um tubo flexível bem fininho com uma câmera na extremidade para chegar até o sistema digestivo do paciente, é o balão intragástrico. Trata-se de um procedimento simples que já é utilizado há muitos anos no qual o especialista introduz uma bola de silicone dentro do estômago e, em seguida, infla-o com ar ou líquido até 700 ml, fazendo com que ele ocupe parte do espaço interno do órgão. Com isso, a pessoa sente mais saciedade e ingere menos alimentos, levando à perda de 20% do seu peso, em média, e uma redução de um a dois níveis no seu índice de massa corporal, o IMC. O balão pode permanecer dentro do corpo de seis meses a um ano, dependendo da marca utilizada e da tolerância do indivíduo. A primeira semana de tratamento é a mais difícil, pois é a fase em que o organismo está se adaptando à alteração realizada e alguns sintomas, como dores abdominais, enjoos e vômitos, costumam aparecer e são contornados com o uso de medicamentos. Depois disso, a pessoa consegue ter uma vida normal.
Outra opção para o tratamento do excesso de peso através da endoscopia é a gastroplastia endoscópica. Indicada especialmente para quem apresenta graus de obesidade 1 e 2, ou seja, IMC entre 30 e 39,9 kg/m2, que normalmente não são candidatos a uma cirurgia bariátrica convencional, ou está dentro desses parâmetros, mas não tem condições clínicas ou mesmo vontade de partir para a operação. Segundo, o Dr. Eduardo Grecco, gastrocirurgião e endoscopista, o procedimento é realizado em um centro cirúrgico com anestesia geral e consiste na sutura de partes do estômago com o uso de um fio de polipropileno com o objetivo de reduzir em até um terço a capacidade do órgão, o que leva a pessoa a ter uma ingestão calórica bem menor. Nos primeiros dias após o tratamento pode haver desconforto ou dor abdominal, mas eles são facilmente controlados com o uso de remédios.
Para garantir o sucesso nos dois casos é importante que haja o acompanhamento de perto do médico e de uma equipe multidisciplinar que conte com um nutricionista que possa auxiliar o paciente em relação às mudanças necessárias na sua alimentação. Também é essencial que ele entenda que essas técnicas são o primeiro passo para uma mudança de vida, mas que não realizam o trabalho sozinhas, ou seja, ele também precisa fazer a sua parte, realizando alterações nos seus hábitos, especialmente no que diz respeito à dieta e à prática de exercícios.
O Dr. Eduardo Grecco é graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina do ABC (SP). Possui residência médica em Cirurgia do Aparelho Digestivo pela Real e Benemérita Sociedade Portuguesa de Beneficência de São Paulo. Especializado em Endoscopia Digestiva Alta pelo Hospital das Clínicas da FMUSP. Professor afiliado da disciplina de Cirurgia Geral e do Aparelho Digestivo e coordenador do Serviço e da Residência Médica de Endoscopia da Faculdade de Medicina do ABC. Membro titular da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED). Membro associado da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM). Membro da Association for Bariatric Endoscopy (ABE). Membro da American Society for Gastrointestinal Endoscopy (ASGE). Membro da International Federation for the Surgery of Obesity and Metabolic Disorders (IFSO). Consultor da Apollo Endosurgery. Endoscopista Bariátrico do Instituto EndoVitta.
Imagem: Divulgação – FreePik
Mais em: Instituto EndoVitta e Rojas Comunicação