— Gritar, cuspir… tinham que ser humanóides!
— Como assim? Humanóides?
— Sei lá, é uma palavra que ouvi nas ondas galácticas de Pandora. Não sei o que significa.
— Ah! O que faremos com estas bestas?
— Eles são de um planetinha do sistema solar imagino que saibam fazer alguma coisa útil — disse Cangrdi apontando para o vidro na parede, de onde os viam gritando, xingando e cuspindo como se fosse um ator de novela que acha que o talento se mede com o tanto de cuspe que solta enquanto declama sua fala.
— Eles parecem inúteis. Não são como Dragnils que em um terço do tempo já teriam construído vinte e dois mil ataques a cybercafés de pelo menos seis dúzias de galáxias.
— Usando só o terceiro olho.
— Esses aí não têm a menor chance.
— Espere! Ela está enxugando as lágrimas dos outros.
— Ela se preocupa… e estão se abraçando.
— É, mas ouvi dizer que são insensíveis e que não ligam para poesia.
— Mas parece que ligam. Venha, vamos descobrir mais sobre isso.
Alguns anos-luz depois o planeta Cetimanteuno estava povoado e todos vivendo em pleno amor enquanto declamavam suas poesias.
Contatos:
Twitter: @nilsamaria
Instagram: @nilsamsouza
Imagens: Divulgação
Mais em: Nilsa M. Souza