Saúde

Dia Mundial da Tuberculose: doença tem tratamento, controle, cura e exige atenção

Ronaldo Macedo, pneumologista do Vera Cruz Hospital, explica sobre sintomas e cuidados com a enfermidade, que pode deixar sequelas caso não cuidada.

“Tive uma tosse seca, persistente, que não melhorava e piorava progressivamente, associada mais tarde à dor pleurítica, que acreditava ser muscular”, conta a médica Raquel Baldini Campos, de 32 anos, sobre os incômodos antes de saber que estava com tuberculose. “A princípio não suspeitei do diagnóstico, mas, mesmo com a medicação para um quadro alérgico, não melhorava. Após os exames iniciais apontarem para a patologia, a coleta de escarro confirmou o diagnóstico”, relata.

A tuberculose é uma doença bacteriana infecciosa curável, que invade o corpo pelas vias aéreas superiores e atinge principalmente os pulmões, acometendo, em 89% dos casos, adultos, sendo 56% em homens e 33% em mulheres. As crianças somam 11%. Em Campinas, dados da Secretaria de Saúde mostram que 280 pessoas são diagnosticadas anualmente, das quais 75% finalizam o tratamento.

Dr. Ronaldo Macedo, pneumologista do Vera Cruz Hospital, explica que a contaminação acontece pelo ar, na exposição com pessoas infectadas. “A transmissão da tuberculose ocorre de indivíduo para indivíduo, através da inspiração de gotículas infectadas liberadas ao falar, tossir ou espirrar. Pessoas com o sistema imune comprometido, que fumam ou consomem drogas têm mais chance de infecção”, detalha.

Entre as manifestações iniciais da patologia estão tosse seca com sangue, dor no peito ao tossir, perda de peso e dificuldade para respirar. Depois que a bactéria atinge outros órgãos, o paciente pode apresentar novos sintomas, como febre, cansaço excessivo e suor noturno. Segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), entre 10 e 15% dos casos no país são de tuberculose extrapulmonar, ou seja, a doença acomete outro local do organismo que não o pulmão.

O tratamento pode ser feito gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e compreende duas fases: a intensiva (ou de ataque) e a de manutenção. De acordo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a melhora no quadro do paciente depende da administração medicamentosa de seis meses, que também reduz a transmissão progressiva da infecção, com índices de sucesso que chegam a 85%. “O controle da tuberculose pode acontecer pela prevenção e diagnóstico precoce, e é fundamental que os pacientes concluam o tratamento e não parem no meio do caminho, mesmo que os sintomas desapareçam”, alerta Macedo.

Em razão da pandemia e das medidas de isolamento, os casos de tuberculose tiveram uma queda de 10,81%, segundo dados do Ministério da Saúde: enquanto em 2019 foram registrados 74 mil casos, em 2020 foram 66 mil. No entanto, a diminuição no número de contaminados esconde outro problema, segundo o órgão: casos não diagnosticados ou não notificados oficialmente, chegando a aproximadamente 4,1 milhões em 2020.

O cenário ganhou destaque na quinta-feira (24), Dia Mundial de Combate à Tuberculose. Na visão do pneumologista, para combater a doença e evitar que a bactéria contamine mais pessoas, é importante dar início ao tratamento logo após a descoberta. “Após os primeiros 15 dias de tratamento, a pessoa já não transmite mais o vírus. Por isso, recomendamos que, durante esse tempo, ela fique em isolamento para não colocar ninguém em risco. Depois, pode retomar a vida normal, seguindo com as medicações e as orientações médicas até o final do tratamento”, adiciona Macedo.

Quando a patologia não é tratada de forma precoce e correta, ela pode alterar as estruturas do pulmão e deixar algumas sequelas que diminuem a qualidade de vida da pessoa infectada ao longo dos anos. Entre as complicações pulmonares estão sintomas respiratórios persistentes, falta de ar e infecções de repetição. “Fiquei assustada e com medo das sequelas que a doença pudesse deixar, mas, ao mesmo tempo, aliviada por ser uma doença curável com o tratamento. Com o uso das medicações, em menos de um mês, eu já estava melhor e não apresentava mais a tosse e dor ao tossir. Também não apresentei efeitos colaterais e hoje estou recuperada”, celebra Raquel.

Sobre o Vera Cruz Hospital

Em 78 anos de existência, o Hospital Vera Cruz é reconhecido pela qualidade de seus serviços, capacidade tecnológica, equipe de médicos renomados e por oferecer um atendimento humano que valoriza a vida em primeiro lugar. O Vera Cruz dispõe de 167 leitos distribuídos em diferentes unidades de internação, em acomodação individual (apartamento) ou coletiva (dois leitos), UTIs e maternidade. A Instituição conta também com setores de Quimioterapia, Hemodinâmica, Câmara Hiperbárica Monoplace, Radiologia (incluindo tomografia, ressonância magnética, densitometria óssea, ultrassonografia e raio x), e laboratório com o selo de qualidade Fleury Medicina e Saúde. Em outubro de 2017, a Hospital Care tornou-se parceira do Vera Cruz. Em quatro anos, a aliança registra importantes avanços na prestação de serviços gerados por investimentos em inovação e tecnologia. Em médio prazo, o grupo prevê expansão no atendimento com a criação de dois novos prédios erguidos na frente e ao lado do hospital principal, totalizando 17 mil m² de áreas construídas a mais. Há 30 anos, o Vera Cruz inaugurou e mantém a Fundação Roberto Rocha Brito, referência em treinamentos e cursos de saúde na Região Metropolitana de Campinas, tanto para profissionais do setor quanto para leigos, e é uma unidade credenciada da American Heart Association.

Imagens: Divulgação – Foto abertura Noah Negishi no Unsplash

Mais em: Vera Cruz Hospital e WGO Comunicação

Imagem: Divulgação – Dr.Ronaldo Macedo / Foto Matheus Campos

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