Na condição de país emergente, temos no Brasil um potencial para chegar a 10 milhões de investidores pessoas físicas na Bolsa.
A ansiedade de obter uma rentabilidade melhor diante da queda da taxa básica de juros (Selic), hoje em 6,5%, é o principal fator que fez o número de pessoas físicas investindo na Bolsa ser multiplicado por dez. Em abril deste ano, a B3 registrou 1.046.244 de cadastros. O crescimento foi exponencial, pois em apenas quatro meses, a Bolsa obteve 232.953 novos cadastros, mais que o dobro do total de pessoas registradas no início dos anos 2000. Em 2002, investiam em bolsa apenas 85 mil pessoas físicas. Mas esse movimento é sustentável? O mercado de ações no Brasil vai rumo à popularização? O assunto é tema de debate da edição deste mês da Revista RI (Junho.2019).
“Na condição de país emergente, temos no Brasil um potencial para chegar a 10 milhões de investidores pessoas físicas na Bolsa. Devemos comemorar a faixa de 1 milhão alcançada agora, mas sempre lembrando que este número representa pífios 10% do potencial do país”, destaca Luiz Guilherme Dias, sócio-diretor da SABE – Inteligência em Ações da Bolsa.
Para Felipe Paiva, diretor de Relacionamento com Clientes Brasil da B3, o crescimento dos investimentos em ações, fundos imobiliários e dívida do governo é forte e constante e deve também ser creditado ao trabalho realizado pelos bancos e corretoras de valores.
Além da busca pela diversificação, provocada pela baixa rentabilidade da renda fixa e da poupança, o crescimento do número de investidores no mercado está relacionado à maior facilidade de acesso aos produtos financeiros, com as novas plataformas tecnológicas e à difusão do conhecimento em grande escala diante da popularização da Internet. As casas de análise independentes, os agentes autônomos e os profissionais de RI junto com as entidades do mercado de capitais também têm impulsionado o ingresso dos novos, mas, diante do tamanho do potencial do mercado, muito ainda precisa ser feito. “Nós acabamos de atingir esse recorde de um milhão e o potencial é muito grande. O total de pessoas que têm mais de R$ 5 mil na poupança supera a casa de 20 milhões. Devemos mostrar para os investidores que eles podem manter as poupanças, mas também experimentar outros produtos financeiros”, afirma Felipe Paiva.
A Revista RI começa a circular nesta semana, mas já pode ser conferida em sua versão digital no próprio site.
Imagem: Divulgação – FreePik