Literatura

Pelos canais de Veneza

Estávamos em viagem de lua de mel em Veneza. Chegamos no fim da tarde e depois de descansar, fazer amor e dormir, nosso primeiro compromisso, depois do lauto café da manhã, foi o passeio de gôndola.
A empolgação era tanta que chegamos bem cedo. Queria me encantar com aquela beleza, antes vista apenas nos filmes. Era tudo tão deslumbrante que não percebi que o nosso gondoleiro era diferente. Estava de boné amarelo com uma listra vermelha, jaqueta e calça jeans; diferente dos outros que estavam de camisa listrada e chapéu. Mesmo assim, estava achando tudo fabuloso, simplesmente encostei-me no ombro do meu marido para desfrutar da navegação.
Seguíamos tranquilamente quando de repente ouvimos alguém gritando com o nosso gondoleiro. O homem estava na margem do canal e gesticulava. Parecia ofender nosso guia, que não estava gostando dos gritos. Em seguida, nosso mundo mudou. Uma minhoca gigante se levantou do canal e virou o nosso barco. Nosso timoneiro pulou em cima dela e lhe injetou, com uma espécie de seringa, um líquido verde e ela caiu.
Descobrimos mais tarde que fomos usados como isca na armadilha para pegar o tal animal marinho que estava naquele canal. Nunca mais fomos à Veneza.

Nilsa M. Souza

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