Cinema

Centro Cultural Banco do Brasil em SÃO PAULO apresenta a mostra inédita “O Cinema de Álex de la Iglesia”

A mostra GRATUITA do cultuado diretor espanhol acontece de 13 de setembro a 01 de outubro e traz clássicos como “Ação Mutante”, “A Comunidade” e “Balada do amor e do ódio”.

O Centro Cultural Banco do Brasil em São Paulo apresenta a mostra inédita “O Cinema de Álex de la Iglesia”, com as principais obras do consagrado cineasta e um dos diretores e produtores de maior sucesso na Espanha. O evento acontece de 13 de setembro a 01 de outubro, com entrada gratuita. A mostra traz o estilo inconfundível do diretor Álex de la Iglesia que faz do cinema de gênero um campo de experimentações e mergulhos autorais, com obras marcadas pelo excesso, pelo grotesco e, também, pelo humor ácido e inteligente. Pouco conhecido pelo público brasileiro, o diretor, que já foi chamado de Tarantino espanhol, construiu uma filmografia poderosa e coerente, feita de personagens e histórias complexas que mantêm o espectador arrebatado, ao mesmo tempo com um sorriso no rosto e o olhar atormentado.

A mostra possui diversos destaques da carreira do diretor. Para a abertura do dia 13 de setembro, o clássico Ação Mutante (Acción Mutante,1993), considerado um marco do cinema de gênero na Espanha, traz o roteiro que se passa num futuro indeterminado e apocalíptico. Foi produzido por Pedro Almodóvar e está completando trinta anos em 2023.

Considerado uma obra-prima do cinema fantástico de terror, O Dia da Besta (El día de la Bestia, 1995), tornou o cineasta conhecido mundialmente, e levou, entre outros prêmios, o Goya de melhor direção. Um dos mais celebrados filmes do diretor espanhol, A Comunidade (La Comunidad, 2000), rendeu a Carmen Maura o Prêmio Goya de Melhor Atriz em 2001. Em Balada do amor e do ódio (Balada triste de Trompeta, 2010), um terror irreverente ambientado durante a ditadura franquista, o diretor levou o Leão de Prata (diretor) e o Leão de Ouro (roteiro, junto com seu parceiro constante Jorge Gerricaechevarría), no Festival de Veneza. E a comédia Crime Ferpeito (Crimen Ferpecto, 2004)é uma das obras “hitchcockianas” do cineasta.

O terror As Bruxas de Zugarramurdi (Las brujas de Zugarramurdi, 2013), grande vencedor do Prêmio Goya de 2014, traz um humor ácido, típico do diretor. Um dos grandes sucessos de bilheteria da carreira do cineasta, Muertos de Risa (1999), revisita a história do showbiz espanhol. Em 800 Balas (2002), o diretor revisita, à sua maneira, os principais clichês do western, seus mitos e personagens, misturando o passado e o presente da história do cinema. O filme Perdita Durango (2017), mostra um casal de bandoleiros, interpretados pelos astros Rosie Perez e Javier Bardem.

Diretor de grandes bilheterias na Espanha (o filme Perfectos desconocidos, de 2017, conseguiu mais de 18 milhões de espectadores, sendo considerado uma das cinco maiores bilheterias da história do cinema espanhol), Álex de la Iglesia é também um produtor atuante no audiovisual de seu país. Ao lado da atriz e produtora Carolina Bang, o casal vem tocando em ritmo acelerado diversos projetos pela Pokeepsie Films, uma das mais atuantes empresas produtoras da Espanha, que faz parte do grupo francês Banijay. Neste momento, estão filmando a 3ª temporada da série 30 Monedas para a HBO Espanha, e a minissérie 1992 para a Netflix. A programação traz a Sessão Especial Pokeepsie Films, com a exibição de Ninho de Musaranho (Musarañas, 2014), filme inédito no Brasil, dirigido por Juan Fernando Andrés e Esteban Roel.

A mostra também celebra a obra do grande mestre do terror no Brasil, José Mojica Marins (1936-2020), de quem Iglesia é um fã declarado, com as exibições especiais de A Praga, filme recuperado pelo cineasta e pesquisador Eugênio Puppo, sendo uma delas acompanhada de debate com o crítico e pesquisador Carlos Primati. Já a Sessão Especial Terrores Brasileiros, conta com a exibição do filme A Sombra Do Pai, de Gabriela Amaral Almeida.

Com patrocínio do Banco do Brasil, a mostra O Cinema de Álex de la Iglesia tem a curadoria de Daniel Celli e Rafael Carvalho e a produção da Ginja Filmes. A realização é do Centro Cultural Banco do Brasil, que ao realizar este projeto, reafirma seu compromisso de ampliar a conexão do brasileiro com a cultura e com a promoção do acesso à produção cinematográfica nacional e internacional.

Atividades complementares

A mostra “O Cinema De Álex de la Iglesia” conta ainda com três encontros presenciais no CCBB SP. O primeiro acontece no dia 16/09, sábado, às 16h30, com debate com o crítico e pesquisador Carlos Primati, após a exibição do filme A Praga, de José Mojica Marins. No dia 23/09, sábado, às 17h, o crítico e pesquisador Carlos Primati fala sobre o clássico O Dia da Besta. Já no sábado, dia 30/09, às 14h, acontece a Sessão Especial Terrores Brasileiros, com a exibição do filme A Sombra Do Pai, seguida do debate “Produzindo cinema fantástico”, que fala sobre a experiência de realização do cinema brasileiro dentro do gênero, uma tradição que vem se consolidando desde os anos 1960 até o cinema contemporâneo, com a presença da diretora Gabriela Amaral Almeida e da jornalista e pesquisadora Laura Cánepa.

Sobre os curadores

Daniel Celli

Atua na indústria audiovisual há quase 20 anos e nos últimos vem se dedicando à gestão pública, pensando ações dentro de políticas públicas que estimulem o mercado audiovisual e sua cadeia socioeconômica. Dentre elas a implementação e gestão até o final de 2019, da São Paulo Film Commission. Foi consultor para o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD/ONU), em Projeto de Cooperação Técnica com o Ministério da Economia, para assuntos relacionados à políticas públicas para a indústria audiovisual e atualmente, coordena a Rio Film Commission, na RioFilme, pensando em potencializar ainda mais a Cidade do Rio de Janeiro como destino de produções audiovisuais. Já na primeira década de sua trajetória profissional trabalhou para a realização de dezenas de Mostras, Festivais de Cinema e eventos de mercado audiovisual, atuando em variadas funções, como produtor, curador, articulador de encontros, buscando unir talentos e estimular de diversas maneiras o audiovisual brasileiro.

Rafael Carvalho

Programador de cinema com experiência nas áreas de distribuição e exibição audiovisual; gestor cultural. Trabalhou como programador da Cinemateca Brasileira durante 10 anos. Entre 2013 e 2016, integrou a equipe de programação da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. Foi também coordenador de programação do Circuito Spcine de Cinema, rede exibidora criada pela Spcine e marco da política pública para o audiovisual na cidade. Entre 2017 e 2019, foi agente de vendas da distribuidora Diamond Films. É produtor da área de audiovisual do Itaú Cultural, atuando como programador da plataforma de streaming de cinema brasileiro Itaú Cultural Play.

Sobre o CCBB SP

O Centro Cultural Banco do Brasil em São Paulo, iniciou suas atividades há mais de 20 anos e foi criado com o objetivo de formar novas plateias, democratizar o acesso e contribuir para a promoção, divulgação e incentivo da cultura. A instalação e manutenção de nosso espaço em um prédio, em pleno centro da capital paulista, reflete também a preocupação com a revitalização da área, que abriga um inestimável patrimônio histórico e arquitetônico, fundamental para a preservação da memória da cidade.

Temos como premissa ampliar a conexão dos brasileiros com a cultura, em suas diferentes formas. Essa conexão se estabelece mais genuinamente quando há desejo de conhecer, compreender, pertencer, interagir e compartilhar. Temos consciência de que o apoio à cultura contribui para consolidar sua relevância para a sociedade e seu poder de transformação das pessoas.

Acreditamos que a arte dialoga com a sustentabilidade, uma vez que toca o indivíduo e impacta o coletivo, olha para o passado e faz pensar o futuro. Com uma programação regular e acessível a todos os públicos, que contempla as mais diversas manifestações artísticas e um prédio, que por si só já é uma viagem na história e arquitetura, o CCBB SP é uma referência cultural para os paulistanos e turistas da maior cidade do Brasil.

SERVIÇO:

Mostra “O Cinema de Álex de la Iglesia”

Local: Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo

Período: 13 de setembro  a 01 de outubro de 2023.

Ingressos GRATUITOS: Disponíveis no site bb.com.br/cultura e na bilheteria

Classificação indicativa: De acordo com cada filme, verificar em bb.com.br/cultura

Endereço: Rua Álvares Penteado, 112 – Centro Histórico, São Paulo – SP

Funcionamento: Aberto todos os dias, das 9h às 20h, exceto às terças

Entrada acessível: Pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e outras pessoas

que necessitem da rampa de acesso podem utilizar a porta lateral localizada à

esquerda da entrada principal.

Informações: (11) 4297-0600

Estacionamento: O CCBB possui estacionamento conveniado na Rua da Consolação,

228 (R$ 14 pelo período de 6 horas – necessário validar o ticket na bilheteria do CCBB).

O traslado pela van do CCBB é gratuito para o trajeto de ida e volta ao estacionamento

e funciona das 12h às 21h.

Transporte público: O Centro Cultural Banco do Brasil fica a 5 minutos da estação São

Bento do Metrô. Pesquise linhas de ônibus com embarque e desembarque nas Ruas

Líbero Badaró e Boa Vista.

Táxi ou Aplicativo: Desembarque na Praça do Patriarca e siga a pé pela Rua da

Quitanda até o CCBB (200 m).

Van: Ida e volta gratuita, saindo da Rua da Consolação, 228. No trajeto de volta, há

também uma parada no metrô República. De 12h até o encerramento das atividades

do CCBB.

twitter.com/ccbb_sp | facebook.com/ccbbsp | instagram.com/ccbbsp

bb.com.br/cultura

ccbbsp@bb.com.br

PROGRAMAÇÃO

Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo

 

13.09 I quarta

18h00 AÇÃO MUTANTE

 

14.09 I quinta

18h00 AS BRUXAS DE ZUGARRAMURDI

 

15.09 I sexta

15h30 CRIME FERPEITO

18h00 A COMUNIDADE

 

16.09 I sábado

15h00 Sessão-homenagem a José Mojica Marins I A PRAGA

16h30 Debate com o crítico e pesquisador Carlos Primati

 

17.09 I domingo

13h00 AS BRUXAS DE ZUGARRAMURDI

15h30 O DIA DA BESTA

 

20.09 quarta

17h30 800 BALAS

 

21.09 I quinta

15h00 MUERTOS DE RISA

18h00 BALADA DO AMOR E DO ÓDIO

 

22.09 I sexta

15h00 Homenagem a José Mojica Marins I A PRAGA

17h30 PERDITA DURANGO

 

23.09 I sábado

15h00 O DIA DA BESTA

17h00 Debate com o crítico e pesquisador Carlos Primati

 

24.09 I domingo

13h00 AÇÃO MUTANTE

15h00 A COMUNIDADE

 

27.09 I quarta

18h00 BALADA DO AMOR E DO ÓDIO

 

28.09 I quinta

18h00 SESSÃO ESPECIAL POKEEPSIE FILMS I MUSARAÑAS

 

29.09 I sexta

15h00 MUERTOS DE RISA

17h30 800 BALAS

 

30.09 sábado

14h00 Sessão especial “Terrores brasileiros” I A SOMBRA DO PAI

16h00 Debate “O fantástico de todo dia” com a cineasta Gabriela Amaral Almeida e com a jornalista e pesquisadora Laura Cánepa

18h00 A COMUNIDADE

 

01.10 I domingo

13h00 Homenagem a José Mojica Marins I A PRAGA

14h30 CRIME FERPEITO

17h00 SESSÃO ESPECIAL POKEEPSIE FILMS I MUSARAÑAS

 

FICHAS TÉCNICAS E SINOPSES

 

800 BALAS, de Álex de la Iglesia

Espanha, 2002, 124 min

Exibição em arquivo digital

Legendas em português

Faroeste

Roteiro: Álex de la Iglesia, Jorge Gerricaechevarría

Elenco: Sancho Gracia, Carmen Maura, Eusebio Poncela, Ángel de Andrés López, Terele Pávez

Classificação indicativa: 18 anos

 

Sinopse

O veterano Julián, um ex-dublê de cinema, vive com antigos colegas de trabalho num estúdio desativado em Almeria, na Espanha, onde antes se rodavam faroestes norte-americanos. Hoje, à beira da falência, a trupe faz números de acrobacia para pequenas plateias. Neste cenário, Julián vive entre a memória dos tempos áureos e a lembrança de Carlos, seu neto, que cresceu longe dele. Mas sua vida é transformada quando o menino decide conhecê-lo e se juntar ao bando. Ao mesmo tempo, uma ambiciosa empresária decide tomar o terreno para construir um resort de luxo. 

 

Comentário

Em 800 Balas, Álex de la Iglesia revisita, à sua maneira, os principais clichês do western, seus mitos e personagens, misturando o passado e o presente da história do cinema. Como um museu da Sétima Arte a céu aberto, os desertos de Almeria, no sudoeste espanhol, foram palco das filmagens de clássicos do faroeste e sobre suas areias e pedras caminharam astros como Clint Eastwood, Henry Fonda, Charlton Heston e Elizabeth Taylor. É neste cenário mítico, impresso em películas canônicas, que o diretor espanhol ambienta sua narrativa, brincando com as tensões entre o moderno e o arcaico. 

 

AÇÃO MUTANTE (Acción mutante), de Álex de la Iglesia

Espanha, 1993, 93 min

Exibição em arquivo digital

Legendas em português

Ficção científica

Roteiro: Álex de la Iglesia, Jorge Gerricaechevarría

Produção: Pedro Almodóvar, Agustín Almodóvar, Esther Garcia

Elenco: Antonio Resines, Frédérique Feder, Álex Angulo, Karra Elejalde, Saturnino García

Classificação indicativa: 18 anos

 

Sinopse

Humilhados pela sociedade, criminosos formam o exército “Ação mutante”. Disposto a se vingar dos maus-tratos, o bando, liderado por um ex-presidiário, se empenha em sequestrar a filha de um milionário, dono de uma indústria de bolachas integrais. O plano da trupe se concretiza durante a festa de casamento da jovem herdeira, numa verdadeira carnificina. Na esperança de receber uma grandiosa quantia, o grupo vai aos poucos se deteriorando, consumido pela avareza.

 

Comentário

Em sua estreia na direção de longas-metragens, Álex de la Iglesia ganha a benção de ninguém menos que Pedro Almodóvar, que assina a produção do filme. A história se passa num futuro indeterminado, apocalíptico, e seu grupo de protagonistas, a célula terrorista Ação mutante, não tem qualquer ambição política, a não ser semear o caos. Indicado a diversas categorias do Prêmio Goya, o Oscar do cinema espanhol, Ação mutante é considerado um marco do cinema de gênero na Espanha.

 

BALADA DO AMOR E DO ÓDIO (Balada triste de trompeta), de Álex de la Iglesia

Espanha/França, 2010, 107 min

Exibição em arquivo digital

Legendas em português

Terror

Roteiro: Álex de la Iglesia

Elenco: Carlos Areces, Antonio de la Torre, Carolina Bang, Enrique Villén, Sancho Gracia

Classificação indicativa: 18 anos

 

Sinopse

Em 1973, no final da ditadura do sanguinário general Francisco Franco, Javier, um palhaço tristonho, vai trabalhar num circo. Ele guarda uma herança gloriosa, já que seu pai, também palhaço, foi um herói na luta contra as tropas franquistas. Na nova trupe, composta por figuras bizarras, Javier é obrigado a contracenar com Sergio, o brutal palhaço feliz, que o humilha no picadeiro em nome do entretenimento. A história ganha contornos trágicos quando Javier se envolve com a mulher de Sergio, uma belíssima e esquiva acrobata.

 

Comentário

Prêmio de direção e roteiro no Festival de Veneza de 2010, em júri presidido pelo cineasta Quentin Tarantino, Balada do amor e do ódio mergulha no passado e no presente da história espanhola, ao recuperar os anos sombrios do regime franquista e seus traumas contemporâneos. Num estilo que lembra o teatro grand-guignol, marcado pela crueldade, a história desse triângulo amoroso se desenrola entre o humor ácido, a violência cartunesca e o horror típicos da filmografia do diretor. 

 

AS BRUXAS DE ZUGARRAMURDI (Las brujas de Zugarramurdi), de Álex de la Iglesia

Espanha, 2013, 112 min

Exibição em arquivo digital

Legendas em português

Terror

Classificação indicativa: 18 anos

Roteiro: Jorge Gerricaechevarría, Álex de la Iglesia

Elenco: Hugo Silva, Mario Casas, Pepón Nieto, Carolina Bang, Terele Pávez

 

Sinopse

Com dificuldades financeiras depois do divórcio, um pai solteiro decide roubar uma loja de joias, com a ajuda de outros ladrões. O furto é bem-sucedido e, durante a fuga, o bando pega uma estrada, saindo de Madri, até chegar no misterioso vilarejo de Zugarramurdi, entre a escuridão das florestas do País Basco. Lá, eles vão se deparar com o pior pesadelo de suas vidas ao cair nas garras de um sanguinário grupo de bruxas. 

 

Comentário

Grande vencedor do Prêmio Goya de 2014, em categorias como figurino, som, edição e efeitos especiais, As bruxas de Zugarramurdi é uma aventura visual ambiciosa, que prende o espectador pelo excesso e pela montagem acachapante – e, claro, pelo humor ácido típico do diretor. Boa parte do prazer em assisti-lo vem da epopeia dos protagonistas, um grupo de homens cheios de si que precisa lidar com a fúria ancestral de uma irmandade de bruxas. Destaque para a participação da rainha do cinema espanhol Carmen Maura, e da atriz e produtora Carolina Bang, parceria de Álex de la Iglesia em diversas de suas criações mais recentes.

 

A COMUNIDADE (La comunidad), de Álex de la Iglesia

Espanha, 2000, 110 min

Exibição em arquivo digital

Legendas em português

Suspense

Roteiro: Jorge Gerricaechevarría, Álex de la Iglesia

Elenco: Carmen Maura, Jesús Bonilla, Eduardo Antuña, Terele Pávez, Enrique Villén,

Classificação indicativa: 18 anos

 

Sinopse

Julia é uma corretora de imóveis. Querendo desfrutar de uma noite romântica, ela vai dormir com o namorado num dos apartamentos que está vendendo. Enquanto novos inquilinos não chegam, ela desfruta do conforto do lugar, entre sofás de couro legítimo e um colchão de água ideal para fazer amor. Certo dia, no entanto, bombeiros e outros moradores arrombam um apartamento e ali encontram, no meio de sacos de lixo, ratos e baratas, o cadáver de um homem, que morreu e foi esquecido. Julia vasculha os pertences do morto e acaba descobrindo uma enorme quantia de dinheiro guardada. Imaginando-se milionária, ela não percebe que todos à sua volta querem colocar as mãos no mesmo tesouro. 

 

Comentário

Um dos filmes mais conhecidos e celebrados do diretor espanhol, A comunidade rendeu a Carmen Maura o Prêmio Goya de Melhor Atriz em 2001. Uma das grandes “obras hitchcockianas” do cineasta, o longa homenageia o mestre do suspense já nos créditos iniciais, com grafismos que remetem à abertura do clássico Um corpo que cai (1958). Uma das maiores atrizes do cinema espanhol, estrela de Pedro Almodóvar, Carmen Maura brilha no papel da inescrupulosa e carismática Julia.

 

CRIME FERPEITO (Crimen ferpecto), de Álex de la Iglesia

Espanha/Itália, 2004, 105 min

Exibição em arquivo digital

Legendas em português

Comédia

Roteiro: Jorge Gerricaechevarría, Álex de la Iglesia

Elenco: Guillermo Toledo, Mónica Cervera, Luis Varela, Fernando Rojete, Javier Gutiérrez

Classificação indicativa: 18 anos

 

Sinopse

Rafael é vendedor de uma sofisticada loja de departamentos em Madri. Ambicioso e arrogante, é desejado pelas mulheres, que o querem como amante, e bajulado pelos homens, que querem ser como ele. Mas, sua liderança nas vendas e a chance de subir de cargo são ameaçadas por Dom Antonio, antigo e experiente vendedor. Durante uma briga dentro de um provador, Rafael mata o seu oponente. Na tentativa de ocultar o crime, é surpreendido pela ajuda de uma estranha cúmplice.

 

Comentário

Segundo Álex de la Iglesia, o título de Crime ferpeito é uma referência bem-humorada ao clássico de Alfred Hitchcock, Disque M para matar (1954), lançado na Espanha com o nome de Crime perfeito. A menção ao mestre do suspense não é gratuita se pensarmos que a história do diretor espanhol é, de alguma forma, um thriller psicológico de chantagem. Mas há também outros elementos hitchcockianos mais sutis em Crime ferpeito, como o cenário claustrofóbico, um “entre quatro paredes” onde as personagens se debatem movidas por suas intenções obscuras, como acontece em Festim diabólico (1948). Seja como for, Crime ferpeito é talvez um dos melhores exemplos da habilidade de Álex de la Iglesia em conduzir uma narrativa de medo e humor. A inteligência do roteiro e a habilidade de direção se combinam ao excelente desempenho do casal de protagonistas, com Guillermo Toledo no papel do escroque e machista Rafael, e com Mónica Cervera no papel da diabólica Lourdes.

 

O DIA DA BESTA (El día de la bestia), de Álex de la Iglesia

Espanha, 1995, 103 min

Exibição em arquivo digital

Legendas em português

Terror

Roteiro: Jorge Gerricaechevarría, Álex de la Iglesia

Elenco: Álex Angulo, Armando de Razza, Santiago Segura, Nathalie Seseña, Terele Pávez

Classificação indicativa: 18 anos

 

Sinopse

Padre Ángel encontra uma mensagem secreta no livro do Apocalipse de São João: o Anticristo nascerá em Madri, na véspera do Natal. Depois de decifrar o enigma, ele decide praticar o mal, seguro de que assim encontrará com Satanás. Sua estratégia é atrair o diabo para que este lhe diga onde o Anticristo está, matar o bebê demoníaco e salvar a humanidade. Para realizar a arriscada missão, Padre Ángel conta com a ajuda de um metaleiro e de um ocultista charlatão, estrela de um programa de TV. 

 

Comentário

“Vou pecar, vou fazer todo o mal que possa”. Com essa frase, proferida pela quixotesca personagem de Álex Angulo, Padre Ángel, Álex de la Iglesia abre o premiado e polêmico O dia da besta. Um dos filmes de terror mais inteligentes e inventivos dos anos 1990, o terceiro longa do cineasta espanhol transcende a diversão para ecoar, com graça e originalidade, traumas da sociedade espanhola. A Madri que surge nas telas é suja, kitsch, miserável e acossada por um grupo de extrema-direita que caça moradores de rua e imigrantes. Os milicianos higienistas são as verdadeiras entidades do mal que Padre Ángel quer destruir.

 

MUERTOS DE RISA, de Álex de la Iglesia

Espanha, 1999, 113 min

Exibição em arquivo digital

Legendas em português

Comédia

Roteiro: Jorge Gerricaechevarría, Álex de la Iglesia

Elenco: Santiago Segura, El Gran Wyoming, Álex Angulo, Carla Hidalgo, Eduardo Gómez

Classificação indicativa: 18 anos

 

Sinopse

Nino é cantor de uma boate e sua carreira não vai a lugar nenhum. Da mesma forma, Bruno é um fracassado comediante. Certo dia, um agente de talentos decide juntá-los para compor uma dupla num programa popular da televisão espanhola. Enquanto Nino treme em cima do palco, Bruno o esbofeteia e arranca calorosos risos da plateia. Essa situação é o estopim para a trajetória das duas celebridades, que se relacionam de uma maneira curiosa – quanto mais sucesso fazem, mais se odeiam. Entre bastidores, novas modas e os anos que passam, a convivência entre eles vai se encaminhando para as raias do delírio e da pura violência.

 

Comentário

Em Muertos de risa, Álex de la Iglesia revisita a história do showbizz espanhol ao situar a narrativa no meio televisivo dos anos 1970 e 1980, período de grandes transformações culturais e políticas na Espanha, incluindo a queda da ditadura de Francisco Franco. O filme reúne dois astros locais: o ator Santiago Seguro, um dos protagonistas de O dia da besta, e parceiro do diretor em vários filmes, e o humorista El Gran Wyoming, conhecido do público espanhol. Muertos de risa foi um dos grandes sucessos de bilheteria da carreira do cineasta.

 

PERDITA DURANGO, de Álex de la Iglesia

Espanha/México, 1997, 129 min

Exibição em arquivo digital

Legendas em português

Policial

Roteiro: Barry Gifford, Jorge Guerricaechevarría, David Trueba, Álex de la Iglesia I Baseado no romance de Barry Gifford

Elenco: Rosie Perez, Javier Bardem, Harley Cross, Aimee Graham, James Gandolfini

Classificação indicativa: 18 anos

 

Sinopse

Perdita Durango é uma bandida sexy e destemida. No México, ela conhece Romeo Dolorosa, ladrão e traficante afeito a rituais macabros. Eles se envolvem amorosamente e acabam sequestrando dois jovens norte-americanos. Entre gangsters mexicanos, assassinos, traições e o transporte de uma estranha carga humana, os quatro partem numa frenética viagem em direção a Las Vegas. No seu encalço, está um agente do FBI.     

 

Comentário

Pelo olhar original de Álex de la Iglesia, os astros Rosie Perez e Javier Bardem encarnam o mito do casal de bandoleiros que atravessa estradas e cidades a cometer atos bárbaros e a passar por cima dos que se colocam em seu caminho – tal como o eterno par criminal Bonnie e Clyde. O que une estes amantes é um sentimento selvagem, incondicional e trágico. Em seu terceiro longa, o diretor embarca numa vereda semelhante a de obras como Coração selvagem (1990), de David Lynch. Barry Gifford, roteirista de Perdita Durango e autor do romance no qual a história se inspira, também assina o argumento do clássico de Lynch. Destaque para a participação de James Gandolfini, estrela da série Família Soprano (1999), no papel do policial que persegue os amantes psicopatas.

 

Sessão-homenagem: A Praga de José Mojica Marins

 

A PRAGA, de José Mojica Marins

São Paulo, 2021, 70 min

Exibição em arquivo digital

Terror

Roteiro: Rubens Francisco Lucchetti

Elenco: Wanda Cosmo, Felipe Von Reno, Silvia Gless

Classificação indicativa: 16 anos

 

Sinopse

O filme conta a história de um jovem e belo casal – Juvenal e Marina – que no feriado de Sexta-Feira Santa vai passear por uma região rural para tirar fotos. O casal acaba se deparando com uma velha exótica, que Juvenal começa a fotografar, enquanto debocha dela, chamando-a de bruxa. A velha então joga uma praga no inconsequente rapaz: “Suas carnes se abrirão em cancro, cairão em pedaços e arderão como brasas!”. É o início da desgraça de Juvenal, que passa a ser atormentado por terríveis pesadelos, torna-se irritadiço e violento e por fim afunda em um processo de loucura e paranoia.

 

Comentário

Filmado em 1980 e dado como perdido, A Praga é o único filme inédito de Mojica conhecido até o momento. As latas de negativo em película super-8 com as filmagens foram encontradas quando a Heco Produções realizava a Retrospectiva José Mojica Marins: 50 anos de carreira, em 2007. Após um longo processo que incluiu digitalização, dublagem, novas filmagens e pós-produção, o lançamento de A Praga representa uma importante adição à obra de José Mojica Marins, preenchendo uma lacuna na filmografia de um dos mais importantes, longevos e prolíficos cineastas do país.

 

SESSÃO ESPECIAL I POKEEPSIE FILMS

 

MUSARAÑAS, de Juanfer Andrés e Esteban Roel

Espanha, 2014, 91 min

Exibição em arquivo digital

Legendas em português

Terror

Roteiro: Juanfer Andrés, Sofía Cuenca

Elenco: Macarena Gómez, Nadia de Santiago, Hugo Silva, Luis Tosar, Carolina Bang

Classificação indicativa: 18 anos

 

Sinopse

Espanha, década de 1950. Montse tem agorafobia e vive trancada num sinistro apartamento em Madri. Ela trabalha como costureira e seu único contato com a realidade é a irmã mais nova, que experimenta o mundo do lado de fora. Certo dia, Carlos, um vizinho, se acidenta na escada do edifício e é recolhido por Montse. Agonizante, sem poder se mexer, o rapaz viverá uma bizarra experiência dentro deste apartamento.

 

Comentário

Produzido pela Pokeepsie Films, em especial por Álex de la Iglesia e Carolina Bang, que também participa do filme como atriz, Musarañas é o longa-metragem de estreia dos jovens diretores espanhóis Juanfer Andrés e Esteban Roel. O filme traz as marcas de seus produtores, num misto de terror e suspense que lembra as histórias do escritor Stephen King.

 

SESSÃO ESPECIAL I TERRORES BRASILEIROS

 

A SOMBRA DO PAI, de Gabriela Amaral Almeida

Brasil, 2018, 92 min

Exibição em arquivo digital

Suspense

Roteiro: Gabriela Amaral Almeida

Elenco: Nina Medeiros, Julio Machado, Luciana Paes, Carlota Joaquina, Caio Juliano

Classificação indicativa: 16 anos

 

Sinopse

O filme conta a história de um pai e uma filha que não conseguem se comunicar. Órfã de mãe, Dalva, de nove anos de idade, vê o seu pai, o pedreiro Jorge, ser consumido pela tristeza após perder o melhor amigo. Dalva acredita ter poderes sobrenaturais e ser capaz de trazer a mãe de volta à vida. À medida que Jorge se torna mais ausente – e eventualmente perigoso –, resta a Dalva a esperança de que sua mãe haverá de voltar.

 

SOBRE OS DEBATEDORES

 

CARLOS PRIMATI – Crítico e pesquisador especializado em cinema fantástico. Publicou artigos em livros sobre a obra do cineasta José Mojica Marins, sobre o Horror no Cinema Brasileiro e sobre o cineasta Carlos Hugo Christensen, em mostras dedicadas à produção nacional no gênero, e nas revistas Filme Cultura, Preview, Cineplot, Acrobata, LumeScope e Teorema. Membro da Abraccine, colaborou com artigos para os livros sobre animação brasileira e curtas-metragens organizados pela associação. Ministra cursos de cinema sobre Alfred Hitchcock, Expressionismo Alemão, Cinema de Horror, Ficção Científica da Década de 1950, Horror Independente, Zé do Caixão, Horror Ficção Científica e Fantasia no Cinema Brasileiro, Apocalipse Zumbi, Horror Britânico, entre outros.

 

GABRIEL AMARAL ALMEIDA – diretora, roteirista e dramaturga.

Mestre em literatura e cinema de horror pela UFBA (Brasil, 2005) e com especialização em roteiro pela Escuela Internacional de Cine y TV (EICTV, 2007) de Cuba, escreveu e dirigiu os longas “O Animal Cordial” (2016) e “A Sombra do Pai” (2017). Com este último, participou dos Laboratórios Sundance de Roteiro, Direção e Música (EUA, 2014). Em 2022, foi residente na prestigiosa MacDowell Institute (EUA), onde desenvolveu o argumento do longa-metragem “Crocodila”, uma fábula de horror corporal sobre uma jovem herdeira carioca, que lentamente se transforma em um crocodilo. O filme está em fase de captação e será produzido pela South.

No Brasil, foi roteirista em filmes de Walter Salles, Cao Hamburger, Sérgio Machado, Márcia Faria, dentre outros. Em 2012, escreveu o espetáculo “A Travessia da Kalunga Grande” para a Cia Livre de Teatro, uma das companhias de teatro de maior destaque no país. Entre 2008 e 2018, assinou roteiro e/ou direção de um total de dez curtas de ficção com expressiva participação em festivais de cinema nacionais e internacionais.

Entusiasta do melodrama norte-americano das décadas de 50 e 60, em especial a obra de Douglas Sirk, Amaral Almeida foi uma das diretoras da telenovela “Verdades Secretas II” (2021), um sucesso de audiência da TV Globo. Atualmente, se prepara para dirigir “Cão de Guarda”, um road movie de ação (República Pureza Produtora); além de desenvolver o roteiro de “O Demônio no Andar de Baixo” a partir do conto “No Quarto Dezenove”, da Nobel de Literatura Doris Lessing (Amaral Almeida também dirige o filme, que será produzido pela O2 Filmes).

Nos Estados Unidos, é agenciada pela WME (William Morris Endeavor).

LAURA CÁNEPA

Laura Loguercio Cánepa é jornalista e pesquisadora de cinema. É Doutora em Multimeios pelo IAR-Unicamp (2008), Mestre em Ciências da Comunicação pela ECA-USP (2002) e graduada em Jornalismo pela FABICO-UFRGS (1996).

Atualmente, atua como Coordenadora e Docente do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Anhembi Morumbi. É membro da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (INTERCOM) e da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE).

É editora do periódico INSÓLITA – Revista Brasileira de Estudos Interdisciplinares do Insólito, da Fantasia e do Imaginário. Foi editora da REBECA – Revista Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual, da SOCINE. É líder do Grupo de Pesquisa “Novos regimes de visualidade no século XXI”.

É membro dos Grupos de Pesquisa “História da Experimentação no Cinema e na Crítica” (USP) e “Estudos do Horror e do Insólito na Comunicação” (UAM). Em 2018, recebeu o Prêmio Luis Beltrão de Ciências da Comunicação (Liderança Emergente) concedido pela INTERCOM.

Imagem: Divulgação – Foto abertura Balada do amor e do ódio (Balada triste de Trompeta, 2010)

Mais em: Centro Cultural Banco do Brasil – CCBB/SP e ATTi Comunicação

Imagem: Divulgação – Filme ‘O Dia da Besta’

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