Do Sertão do Urucuia para o mundo: toques de viola aprendidos com mestre Manelim, composições próprias, causos e interação com o premiado violeiro compõem o espetáculo.
O violeiro e compositor Paulo Freire estreia, no dia 13 de abril às 20h, o show Viola, Rosa e Sertão em suas redes sociais e na plataforma de transmissão ao vivo Zoom. A inspiração para este espetáculo vem do Sertão do Urucuia, mesma região que inspirou João Guimarães Rosa em seu romance “Grande Sertão: Veredas”. O público poderá conferir seis apresentações desta produção que está sendo realizada com o incentivo do Programa de Ação Cultural através da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo (ProAc), via Lei Aldir Blanc direcionado pela Secretaria Especial de Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.
Durante os dois anos que passou no Sertão do Urucuia, Paulo aprendeu toques de viola com Manoel de Oliveira, conhecido como mestre Manelim (1935 -2020). O violeiro retornou por diversas vezes à região, principalmente nas épocas de Folias de Reis. Essas vivências em um Brasil profundo, com mestres, cantadores e contadores transformaram a vida e as criações de Paulo Freire e poderão ser sentidas neste espetáculo que mescla músicas autorais, os toques de viola, causos e a literatura.
Viola caipira em Rio Abaixo
Com sua viola de dez cordas, conhecida como viola caipira, com a afinação típica do sertão do Urucuia, a “Rio Abaixo”, Paulo Freire apresenta um repertório de canções de domínio público para as danças de lundu e quatro, suas composições a partir de seu aprendizado no sertão (Mosquitão, Seca, Manoelzão, Buritizal, Suíte da Lagartixa, Seu Teó), além dos toques aprendidos no Urucuia: papagaio, inhuma, rio abaixo, sapo e o veado, lagartixa, que são a tradução de como o sertanejo observa a natureza para o ponteado de viola instrumental. O público poderá conferir os mistérios do sertão, que incluem histórias envolvendo os violeiros pactários, na versão de Paulo Freire.
Vídeo-espetáculo com interações ao vivo
A produção optou pelo formato que mescla execução de músicas e causos gravados para garantir a qualidade sonora com a realização de interações ao vivo com o público de cada sessão. No total, serão seis transmissões pela plataforma Zoom para 85 pessoas que poderão, além de acompanhar o show, interagir com o violeiro ao final do espetáculo.
Para cada dia, Paulo Freire lança um tema diferente para este momento interativo, relacionado às suas pesquisas, referências e experiências ao longo de sua trajetória artística. O público interessado em acompanhar as apresentações pelo Zoom deve se inscrever em: www.violarosaesertao.com.br indicando em qual data deseja assistir.
A mesma apresentação da sala Zoom será transmitida no Facebook (https://www.facebook.com/paulofreirevioleiro) e Youtube (https://www.youtube.com/paulofreirevioleiro) de Paulo Freire e as perguntas enviadas nessas redes sociais serão transmitidas pelos mediadores do Zoom.
O espetáculo Viola, Rosa e Sertão tem duração aproximada de 1h30, vídeo espetáculo gravado (com tradução em libras) e interação ao vivo com o público. Durante o show, ilustrações de Pevê Azevedo, criadas especialmente para este projeto, também inspiradas no universo de Guimarães Rosa com temas do sertão aparecerão em alguns momentos do vídeo-espetáculo. Os conteúdos gravados veiculados no show terão tradução em libras.
Serviço
Show de Paulo Freire: Viola, Rosa e Sertão
Dias: 13/04, 15/04, 20/04, 22/04, 27/04 e 29/04 às 20h
Onde:
Para assistir na sala Zoom – Inscrição: www.violarosaesertao.com.br
Facebook: https://www.facebook.com/paulofreirevioleiro
Youtube: https://www.youtube.com/paulofreirevioleiro
Temas das interações ao vivo:
13/4 – O diabo na rua, no meio do redemoinho – a presença do diabo no mundo da viola e no sertão de Guimarães Rosa.
15/4 – Mestres do Sertão – mestres violeiros, seus ensinamentos, aprendizado de viola no vale do Urucuia.
20/4 – Preparação para a viagem – os encontros com Roberto Freire, Ariano Suassuna, Maureen Bissiliat, Antônio Madureira. Itinerário até chegar no sertão.
22/4 – Ética nas pesquisas de campo – como retribuir ao sertanejo todos os ensinamentos, em formas de discos, filmagens, acompanhamento de suas obras, créditos e pagamentos.
27/4 – A influência dos escritores: Guimarães Rosa, Euclides da Cunha, Mário de Andrade, Paulo Freire na viagem de descobertas pelo Brasil profundo.
29/4 – Rosa, Viola e Sertão nos dias de hoje, como o mundo contemporâneo está agindo no sertão e em suas manifestações culturais.
SOBRE PAULO FREIRE
Paulo Freire é violeiro, compositor, escritor e tem atuado como contador de histórias em diversos festivais nacionais e internacionais. Começou a tocar violão aos 14 anos por influência do irmão, o músico Tuco Freire. Depois de ler o livro “Grande Sertão: Veredas”, de João Guimarães Rosa, decidiu abandonar a faculdade de Jornalismo e ir embora para o sertão do Urucuia, em 1977. Foi quando aprendeu a tocar viola vivendo e convivendo diariamente com Mestre Manelim (Manoel de Oliveira).
Paulo Freire tem 10 discos solos lançados: Porva (2015), Violinha Contadeira (2015), Alto Grande (2016), Nuá (2009), Redemoinho (2007), Vai Ouvindo (2003), Brincadeira de Viola (2003), Esbrangente (2003), São Gonçalo (1997) e Rio Abaixo Viola Brasileira (1995), pelo qual recebeu o Prêmio Sharp de revelação instrumental.
Em 2017 realizou a curadoria da “Ocupação Inezita Barroso”, uma grande exposição organizada pelo Itaú Cultural, em São Paulo. Em 2018, gravou o álbum Viola Perfumosa, um tributo à Inezita Barroso em parceria com Ceumar e Lui Coimbra lançado pelo Selo Circus. Compôs trilhas sonoras para séries de TV, entre elas Grande Sertão: Veredas (1985), para o programa Globo Rural e o filme Deus é Brasileiro, de Cacá Diegues. É autor de sete livros publicados e o romance SELVA a ser lançado em junho de 2021 pela editora Vai Ouvindo.
Ficha técnica de Viola, Rosa e Sertões
Criação e atuação: Paulo Freire
Produção: Pi Aranha
Captação, edição de Vídeos e Direção de Lives: Guilherme Aranha
Captação de vídeo e cenografia: Laura Freire
Ilustrações: Pevê Azevedo
Designer gráfico e Administração redes sociais: Fernando Ito
Assessoria de imprensa: Cecília Gomes
Site: Pedro Henrique Perez
Trajetória artística de Paulo Freire
Estudou violão com Henrique Pinto, em São Paulo, e Betho Davesaky, em Paris, onde obteve medalha no “Concours de Classes Supérieurs de Paris”.
Em 1977, apaixonado pelo romance “Grande Sertão: Veredas”, de João Guimarães Rosa, foi morar no Norte de Minas Gerais, região do rio Urucuia. Aprendeu a tocar viola com Manoel de Oliveira e outros mestres da região. Aprofundou-se nos costumes e lendas do sertão.
Tocou as violas e compôs músicas para o seriado “Grande Sertão: Veredas”, da TV Globo.
Morou em Paris de 1982 a 1985. Além de estudar violão clássico, atuou em grupos de Música Popular Brasileira em vários países da Europa e na ArgéliaCompôs trilhas especiais para matérias do programa “Globo Rural”, da TV Globo (entre elas “Escola de Peões”- Prêmio Wladimir Herzog de Direitos Humanos – 1993 e “O Umbu”- Prêmio Febraban – 1994).
Compôs, em parceria com Swami Júnior, a canção “Bom Dia”, gravada por Zizi Possi no disco “Valsa Brasileira” (Prêmio SHARP – melhor disco do ano – 1994).
Tem dois romances publicados pela editora Guanabara: “O Canto dos Passos” – 1988, e “Zé Quinha e Zé Cão, vai ouvindo…” – 1993.
Realiza uma turnê de viola-solo pela Europa, apresentando-se em festivais de World Music da Bélgica e Holanda – 1995.
Grava seu primeiro disco solo de Viola: “Rio Abaixo”, independente, em 1995 (Prêmio SHARP de Revelação Instrumental).
Escreve o livro “Eu Nasci Naquela Serra”, biografia dos compositores paulistas Angelino de Oliveira, Raul Torres e Serrinha, em 1996, lançado pela Editora Paulicéia. Narrando a vida destes grandes compositores (autores de “Tristezas do Jeca”, “Saudades de Matão”, “Cabocla Tereza”, “Chitãozinho e Xororó”, entre outras), é contada a história da música caipira, até a transformação desta no gênero sertanejo.
Escreve na revista “Caros Amigos”, da Editora Casa Amarela, desde o número 1 até o ano de 2007.
Foi integrante da Orquestra Popular de Câmera, que lançou seu primeiro CD em 1998. Prêmio Movimento – Melhor CD do ano. Em 1999 faz shows pelos EUA.
Grava seu segundo CD solo: “São Gonçalo”, pela Pau Brasil, lançado em 1998.
Participa da série “Violeiros do Brasil”, televisionada pela TV Cultura e lançada em CD pelo selo Núcleo Contemporâneo.
Tem uma sonata dedicada a ele: a “Sonata para viola caipira e violão”, composta por Paulo Porto Alegre. Esta obra foi interpretada e registrada em CD pelos dois instrumentistas na série “Rumos Musicais” do Instituto Cultural Itaú.
Entra para o grupo ANIMA, e grava o CD “Especiarias” – Prêmio Carlos Gomes, melhor grupo de câmera – 2000.
Realiza duas turnês pelos EUA com o grupo Anima, em 2000 e 2001.
Lança o livro e CD “Lambe-Lambe”, pela Editora Casa Amarela.
Grava uma versão da música Boi da Cara Preta para o selo americano Ellipsis Arts, na coletânea Papa’s Lullaby, lançado por esta gravadora em junho de 2001 – Prêmio Silver Parents Choice – EUA.
Participa das filmagens do documentário sobre a vida e obra de João Pacífico – direção de Paulo Weidebach.
Junto aos violeiros Roberto Corrêa e Badia Medeiros, participa do projeto “Sonora Brasil”, do SESC Brasil, tendo excursionado pelo país e se apresentado em 36 cidades de oito estado brasileiros.
Lança o CD “Esbrangente”, em 2003, com os violeiros Roberto Corrêa e Badia Medeiros.
Grava as violas para o filme “Deus é Brasileiro”, de Cacá Diegues.
É autor do ensaio A Música dos causos, presente no livro Literatura e Música, fruto de um curso ministrado no Instituto Cultural Itaú, lançado pela Editora Senac – 2003.
Lança o CD “Brincadeira de Viola”, com temas infantis, selo Vai Ouvindo – 2003.
Com o “Paulo Freire Trio” – Tuco Freire, no baixo e Adriano Busko, na percussão – lança o CD “Vai Ouvindo”, ainda em 2003, com uma nova concepção para a viola.
Apresenta-se com a Orquestra Sinfônica de Campinas, sob a direção do maestro Cláudio Cruz, tocando temas de sua autoria e clássicos caipiras – 2004.
Produziu, junto com o irmão Tuco Freire, o CD “Vida de Artista”, de seu pai, o escritor Roberto Freire – 2005.
Fez a consultoria para o livro “Viola Instrumental Brasileira”, de Andréa Carneiro de Souza, com partituras e CD dos mestres violeiros do Brasil.
Em 2006 atuou na série “Tropeiros”, do programa Globo Rural, interpretando o personagem Firmino.
Criou a trilha musical para o espetáculo de dança “Relevo”, da Confraria da Dança – Campinas.
Produz o CD “Urucuia”, de Manoel de Oliveira, seu mestre de viola do sertão do Urucuia – 2006.
Lança o CD “Redemoinho”, a viola em rodopio – 2007.
Em 2008 lança o livro infantil “O Céu das Crianças” – Companhia das Letrinhas.
Participou do projeto “Violeiros do Brasil”, de Myriam Taubkim, com lançamento de livro e DVD, pelo Projeto Memória Brasileira – 2008.
Compôs a trilha de abertura para o programa “Viola Minha Viola”, da TV Cultura, apresentado por Inezita Barroso – 2008.
Gravou as violas para o longa-metragem “O Menino da Porteira”, de Jeremias Moreira – 2009.
Em julho de 2009 lança o CD “Nuá – as músicas dos mitos brasileiros”, pelo selo Vai Ouvindo, com patrocínio da Petrobrás.
Em 2010, 2012, 2014 e 2016 participa do “Boca do Céu – Encontro Internacional de Contadores de História”, em São Paulo; e em 2010 do “Simpósio Internacional de Contadores de História”, no Rio de janeiro.
Lança o romance “Jurupari”, pela Editora Vai Ouvindo – 2010.
Nos anos de 2003, 2004, 2005, 2007, 2010, 2011 e 2013 participa do projeto “Baú de Histórias”, do SESC Santa Catarina, tendo se apresentado em diversas cidades do Estado com show de causos.
É um dos curadores do Festival Voa Viola, evento nacional que conta com premiações, shows pelo Brasil e Rede Social – 2010/2012.
Lança o CD “Alto Grande” em 2013.
Em 2015 lança o CD infantil “Violinha Contadeira”, com músicas e causos para as crianças, patrocinado pelo FICC Campinas.
Um dos responsáveis pelo fato da viola estar ganhando as salas de concerto, Paulo Freire gravou com os violeiros Pereira da Viola, Passoca e Levi Ramiro e também participou da gravação de CDs dos artistas: Arnaldo Antunes, Mônica Salmaso, Luiz Tatit, Ana Salvagni, Maurício Pereira, Wandi Doratiotto, grupo Corpo, entre outros.
Participa do show “Tributo à Inezita Barroso”, com Ceumar e Lui Coimbra.
Em 2016 lança o CD solo, instrumental de viola, “Pórva”. Com este trabalho, Paulo Freire está na lista do Melhores Instrumentistas de 2016, do site “Embrulhador”.
Em 2015 e 2016, realiza 120 apresentações pelo projeto Sonora Brasil, do Departamento Nacional do SESC, por todo o país.
Junto com Wandi Doratiotto e Maurício Pereira formam o grupo “Três é Bom”.
Em 2017 estreia o espetáculo “Imagina Só”, com a contadora de histórias Josiane Geroldi, com turnê por Santa Catarina. Este espetáculo integra o projeto “Arte da Palavra”, do Dpto Nacional do SESC, tendo se apresentado em cinco estados brasileiros em 2018.
Foi o curador da “Ocupação Inezita Barroso”, exposição sobre a cantora, realizada pelo Itaú Cultural, em São Paulo.
Em 2018 estreia o show “Cunhado de Lobisomem”, uma saga caipira mitológica, criada com o cantor e compositor Danilo Moraes.
Tem o projeto “Viola Perfumosa”, um tributo à Inezita Barroso, com Ceumar e Lui Coimbra, aprovado pela Natura, com gravação de CD pelo selo Circus e shows pelo Brasil – 2018.
Lança o livro “Chão – uma aventura violeira”, pela editora e-galaxia – 2019.
Tem o trabalho “Cunhado de Lobisomem” premiado pelo PROAC, para a realização de seis apresentações no estado de São Paulo. Devido à pandemia este espetáculo foi apresentado em uma live em dezembro de 2020, e terá outras quatro lives em 2021.
Ainda em 2020, Paulo Freire produziu cerca de 20 lives com assuntos variados, por meio de sua página no facebook, tratando de viagens, mestres, violeiras e violeiros, mitologia brasileira, para público adulto e infantil.
Escreveu uma peça de teatro “Cabeça Voadora”, que teve uma apresentação on-line, dentro do projeto “Rede de Leituras”.
Participou de lives em vários festivais, como Boca do Céu, ECOH, Festival Causo e Viola, Casarão Convida, Encontro de Culturas Tradicionais da Chapara dos Veadeiros, Festival de Música de Curitiba, Festival Contos e Caldos
Um novo romance: “Selva”, tem previsão de lançamento para junho de 2021, pela Vai Ouvindo.
Vem fazendo shows, oficinas de viola e oficinas de causos pelo Brasil.
Imagem: Divulgação – Paulo Freire – Foto abertura Adriano Rosa
Mais em: Paulo Freire e CeciGomes Assessoria