Repetidas batidas na porta. Ela não se assustou, abriu os olhos.
Deitada em sua cama sua mente voou e ela lentamente esticou as pernas e os braços. Espreguiçou. Não quero sair da cama. Se saísse, teria que falar, sorrir e abraçar, e, talvez, beijar. Seu mundo não precisava ser assim. Se ao menos tivesse nascido no mato. Lá não teria porta, nem quartos em que precisasse ficar. Poderia dormir embaixo de uma árvore, na relva. Colocou os pés para fora da cama e vagarosamente sentou. Se estivesse na selva não teria essa angústia no peito, e poderia correr e se jogar no rio. Sentiu um arrepio, mas não sabia se era a água fria do rio ou se era o choque dos pés encontrando o chão. Se viu nadando em uma linda lagoa como naquele filme Lagoa Azul. Estava sozinha. Essa vida seria algo só dela. Ao redor do lago muitas flores. Já estava vestida com um lindo vestido florido, mas descalça. Seus braços cheios de flores. Não sabia como tinha saído da água. Jogou as flores para o alto e riu gostosamente. Quando as flores alcançaram o chão foi um barulho ensurdecedor. Batidas na porta. Ela acordou. Permanecia deitada.
Nilsa M. Souza, poetisa, autora do romance Quando se (des)encontra o Amor, pela Cartola Editora e contos em diversas Antologias. Previsto, ainda para esse ano, lançamento de seus dois livros de poesias. Atriz formada pelo
Teatro Escola Macunaíma, atuou como atriz em algumas peças com o Grupo de Teatro Os Inoportunos. Formada em Letras pela Instituição Faculdades Integradas Teresa Martin (FATEMA).
Durante três anos manteve seu blog Letras Poéticas, onde publicava suas poesias e crônicas.
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