Saúde

DEZEMBRO VERMELHO: avanços no combate ao HIV não descartam a necessidade de medidas preventivas

Infectologista explica como são utilizados os medicamentos PEP e a PrEP em pacientes expostos ao retrovírus.

Muito se alcançou no enfrentamento da Aids nos mais de 30 anos de conhecimento sobre a doença, incluindo a agilidade dos testes para detectar o vírus HIV, as medicações disponíveis são mais seguras, principalmente às disponível no Brasil e os pacientes infectados conseguem rapidamente ficar com o vírus indetectável no organismo, após o usa da medicação, o que também diminui a chance de transmissão. No entanto, segundo o último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, só em 2019 foram diagnosticados 41.919 novos casos de HIV e 37.308 casos de Aids, sendo que a maior concentração de casos acomete jovens de 25 a 39 anos, de ambos os sexos, que somam cerca de 492,8 mil diagnósticos.

A Aids é um conjunto de sinais e sintomas, chamado de síndrome, que se desenvolve após a agressão do sistema imunológico em decorrência do retrovírus HIV. O maior meio de transmissão da doença continua sendo por meio das relações sexuais desprotegidas com pessoas soropositivas, ou seja, indivíduos que têm o vírus no sangue, por isso recomenda-se que haja uma limitação de parceiros sexuais e a utilização do preservativo em todas as relações sexuais. Porém, o HIV também pode ser transmitido por objetos perfurocortantes, como agulhas e alicates ou por contaminação fetal, durante a gestação.

A infectologista Fabiana Romanello, do Hospital São Francisco de Mogi Guaçu, alerta que em caso de exposição ao vírus, é de extrema importância que o paciente busque por um atendimento imediato com infectologista especialista, ou em um pronto atendimento ou na vigilância epidemiológica mais próxima. “A profilaxia pós-exposição, a PEP, também é utilizada em casos de estupros, rompimento de preservativos com parceiro sabidamente soropositivo ou de alto risco, usuários de droga que compartilharam agulhas ou profissionais de saúde que se acidentam com objetos perfurantes ou cortantes utilizados em pacientes”, explica a médica.

É recomendado que o atendimento seja prestado nas duas primeiras horas após a exposição ao vírus, ou no máximo em 72 horas, para que a pessoa possa receber os medicamentos anti-retrovirais necessários e fazer o acompanhamento preventivo pela equipe de saúde e o médico que prescreveu o tratamento. “O uso da profilaxia pós-exposição é realizada durante 28 dias, a proposta é eliminar o vírus HIV antes que ele consiga se multiplicar no organismo do paciente, impedindo a contaminação de uma forma eficaz e permanente”, afirma a infectologista.

A médica também comenta sobre as prevenções combinadas, uma estratégia de usar de forma sequencial o preservativo e a PrEP, anti-retroviral pré-exposição, que deve ser utilizada segundo a avaliação de um especialista, para que seja classificada a necessidade do uso. “A PrEP é uma forma de tratamento preventivo que envolve uma administração diária de um comprimido anti-retroviral chamado truvada, para os indivíduos que não têm HIV e que apresentam elevado risco de contaminação”, explica a médica.

Existe também a Profilaxia intraparto, que diminui as chances de um bebê nascer com o vírus, mesmo com a exposição durante o parto, além disso, existem hoje tratamentos realizados durante o período gestacional, para prevenir a transmissão materno fetal do vírus HIV. Segundo a infectologista, alguns estudos mostram que a circuncisão pode diminuir o risco de contaminação pelo HIV, isso porque o prepúcio costuma ser uma região do órgão genital masculino na qual o vírus costuma permanecer em maior número.

Apesar dos avanços no tratamento e controle dos efeitos da aids sobre o organismo humano, os portadores do vírus não devem deixar de tomar os devidos cuidados durante as relações sexuais. É necessário fazer prevenção em todas as vezes, com o preservativo. “O HIV está presente em fluidos corporais como o sêmem, secreções e o sangue, por isso a pessoa deve evitar compartilhar seus objetos pessoais, para assim também diminuir as chances de transmissão”, diz a médica.

Sobre o Hospital São Francisco de Mogi Guaçu

Com mais de 30 anos de história, o Hospital São Francisco teve seu início em 1986 com um grupo de médicos que partilhavam do mesmo objetivo de criar um hospital moderno, com equipamentos inovadores e aliado a um atendimento de qualidade que preza pelo conforto e bem-estar de seus pacientes. O projeto inicial com 35 médicos-sócios hoje conta com mais de 100, além dos mais de 700 funcionários, 7.500 atendimentos no pronto atendimento e as 600 cirurgias realizadas mensalmente.

Imagem: Divulgação – Foto abertura Francis Nie no Unsplash

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