Saúde

14 de Novembro – Dia Mundial de Prevenção ao Diabetes

Duas a cada três mortes de pessoas com diabetes são ocasionadas por doenças cardiovasculares.

Todos os anos, no mundo inteiro a Campanha da International Diabetes Federation (IDF) e da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) alertam para os riscos cardiovasculares.

O diabetes é uma doença silenciosa e já é um grande problema por si só. Mas, o que poucas pessoas sabem é que ele é um grande fator de risco e pode evoluir uma série de complicações, sendo as doenças coronarianas uma das principais e mais graves, pois podem levar à morte.

O último estudo divulgado na diretriz brasileira para prevenção de doença cardiovascular no diabetes apontou que as complicações com diabetes mellitus tipo 2 (DM2) têm, em média, risco duas a quatro vezes maior de desenvolver doença coronariana que indivíduos sem diabetes.

O Diabetes tipo 2 também é um importante fator de risco para acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico, insuficiência cardíaca (IC), doença arterial obstrutiva periférica (DAOP) e doença microvascular, afetando significativamente a expectativa e a qualidade de vida.

A taxa de mortalidade geral nestes pacientes também aumentou, de Pacientes de 1,5 a 3,6 vezes. Estima-se uma redução da expectativa de vida de 4 a 8 anos, em comparação com indivíduos sem diabetes.

O cardiologista Dr. Caio Cesar Cardoso, cirurgião cardiovascular na clínica Dra. Nicolle Queiroz, aponta que homens acima de 48 anos e mulheres acima de 56 anos tem uma incidência maior de eventos cardiovasculares associados ao Diabetes, “Segundo a diretriz brasileira, cerca de 20 a 30% dos pacientes apresentam disfunções do coração em menos de 10 anos”, afirma o médico.

Em julho deste ano, pesquisa intitulada “Como o Diabetes toca o coração”, indicou que 80% das pessoas com diabetes tipo 2 apresentam indícios de comprometimento cardiovascular. Mais da metade (52%) indicam pelo menos dois destes sintomas: tontura, dores no peito e nas pernas, falta de ar e palpitações.

No Brasil, cerca de 13 milhões de pessoas vivem com o diabetes tipo 1 ou tipo 2, desse total, estima-se que 90% tenham diabetes tipo 2, no qual o pâncreas produz a insulina insuficiente ou não age de forma adequada para diminuir a glicemia. Ele é mais comum em adultos com obesidade e em pessoas com histórico familiar de diabetes tipo 2.

“Pacientes com diabetes podem ter doença arterial coronariana e não apresentar sintomas. Cerca de um em cada cinco apresenta isquemia silenciosa, já um em cada 15 sofre de isquemia grave, o que se verifica quando testes mais sensíveis, como cintilografia miocárdica ou ecocardiograma de estresse, são realizados. A presença de isquemia silenciosa nesses exames implica risco de eventos coronarianos de 4,7 a 13,8% por ano em indivíduos não tratados”, alerta Dr. Caio.

E foi o que aconteceu com o analista financeiro, Giuseppe Di Leva, de 74 anos. Que desde muito cedo, cuida do Diabetes, mas, o que não previa era que esta doença seria um fator determinante ao se falar em coração. Sofreu um infarto, aos 63 anos, decorrente de uma pneumonia grave que contraiu em uma viagem a trabalho. “Eu me sentia bem, achava que era apenas uma gripe, mas minha Diabetes complicou a função circulatória e meus pulmões ficaram fracos, eu também fumava na época, achei que não sairia do hospital com vida”.

O indivíduo com diabetes apresenta um universo de mecanismos fisiopatológicos que culmina em maior risco cardiovascular. “Qualquer gripe pode ser o gatilho para complicações graves no coração, e o Diabetes é o ponto alto, porque ele sobrecarrega o funcionamento do corpo como um todo”, acrescenta o médico.

Nesse contexto, frequentemente se agregam, ainda, outras condições mórbidas, como obesidade, tabagismo, dislipidemias (colesterol), apneia do sono, distúrbios da coagulação e inflamação, entre outras, que amplificam as chances de agravos à saúde.

Fique atento aos sinais! O corpo fala, e, quando se pensa em infarto, os segundos contam muito. Atenção à dor forte no peito, irradiando para o braço, falta de ar, sensação de mal-estar generalizado com sudorese, náuseas e vômitos, desmaio inexplicável e até mesmo uma descompensação da glicose. Se algum sinal deste for evidenciado é importante buscar um médico o mais rápido possivel.

“Eu estava na festa de dia das mães, na minha chácara, quando senti um mal-estar muito grande, desmaiei em cima de todas as louças, ali já estava infartando. Minha filha e minha mulher correram para o hospital, foi o que me salvou”, afirma Giuseppe.

O cardiologista Dr. Caio acrescenta que possuir hábitos saudáveis é fundamental para controlar o Diabetes e manter a saúde do coração, cuidados com a alimentação, parar de fumar, Segundo o Dr., “Manter uma alimentação saudável, atividade física regular, parar de fumar, praticar exercícios físicos e sempre fazer um check-up básico são essenciais e o coração agradece!

Imagem: Divulgação

Mais em: Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e DiLeva & Abbade

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